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Angola: Pais “desesperados” pedem intervenção do João Lourenço para acudir escola do ensino especial

Pais e encarregados de educação, em Luanda, lançam um “desesperado grito de socorro” ao Presidente angolano, João Lourenço, para melhorar as condições de ensino de uma escola do ensino especial e da condição social das famílias dos alunos.

Numa carta dirigida ao Presidente de Angola, datada de 06 de maio e que a Lusa teve hoje acesso, o coletivo de pais e encarregados de educação da Escola do Ensino Especial nº 8.001 solicita apoio institucional para a instituição e respetivos alunos.

Segundo os subscritores, as limitações decorrentes da condição especial dos filhos são, por si só, um grande desafio e impõem às famílias, a maioria em situação de pobreza e sem condições de custear escolas particulares, dificuldades que têm resultado em várias consequências.

O elevado grau de absentismo e desistência escolar estão entre as consequências porque, referem, devido à exiguidade de escolas do ensino especial, crianças de todo o município do Kilamba Kiaxi, onde está localizada a escola 8.001, e de outros municípios têm de percorrer longas distâncias para ter acesso ao ensino.

As salas da instituição escolar são “superlotadas e dificultam os trabalhos dos professores”.

A falta de transporte escolar para os alunos, muitos com locomoção limitada, devido à incapacidade motora, consta também entre as inquietações dos pais, referindo que os transportes públicos não isentam os alunos com necessidades especiais e seus acompanhantes do pagamento de bilhete de passagem.

O coletivo de pais e encarregados de educação conta que a não isenção nos transportes públicos “constitui um enorme constrangimento para as famílias que não conseguem custear a deslocação diária dos filhos à escola, tendo de priorizar a época dos exames”.

Queixam-se também de “acentuada degradação” do nível social, da qualidade de vida dos portadores de necessidades especiais e da sua família, cujos pais veem o “salário descontado ou perdem do emprego porque têm de acompanhar diariamente os filhos”.

“Nas atuais condições de transportação e, ao meio dia, levá-los de volta à casa, pois carecem de acompanhamento e supervisão contínua, o que é incompatível com o cumprimento do horário normal de expediente”, dizem.

Estes falam também em “desestruturação familiar e sobrecarga física, psicológica emocional”, sobretudo para a mulher, porque “muitas vezes o progenitor abandona a família por causa da rotina difícil e onerosa subjacente à criação e educação de crianças especiais”.

“Rogam” ao Presidente angolano que sejam disponibilizados meios de transporte escolar para as crianças das escolas especiais e que elas e seus acompanhantes sejam isentos do pagamento do bilhete de passagem nos transportes públicos.

A necessidade das escolas do ensino especial serem dotadas de material para a emissão de cartões escolares e da “efetivação da merenda escolar, para uma boa alimentação destes, devido à carência das famílias”, estão igualmente entre as solicitações.

Defendem ainda que na proposta de lei de alteração à Lei Geral do Trabalho seja equacionada uma cláusula de “horário especial e proteção contra o despedimento” de pais e tutores de alunos com necessidades especiais, aumento de salas de aula e quotas de ingresso de professores especializados “para suprir o atual défice”.

 

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