A participação da empresa diamantífera russa Alrosa no projecto Catoca, na província angolana da Lunda Sul, em nada atrapalha a produção de diamantes no país e não vai levar a despedimento de trabalhadores.
A garantia foi dada pelo presidente do Conselho de Administração da empresa pública Endiama, à margem da inauguração de um centro de formação técnico profissional na área mineira de Saurimo.
José Ganga Júnior assegurou igualmente que a compra de equipamentos e peças de reposição para máquinas de origem russa ou da Ucrânia está assegurada.
“Ninguém vai ser despedido no projecto Catoca, por causa da participação da empresa russa Alrosa”, disse Ganga Júnior, acrescentando que “estamos a funcionar normalmente, devo dizer que não temos apenas trabalhadores russos mas também de outras nacionalidades e estamos a funcionar sem sobressaltos”.
Quanto aos equipamentos e peças para máquinas adquiridas tanto na Rússia como na Ucrânia também não há problema segundo o presidente da Endiama, que cita “um parque diversificado de equipamentos provenientes de todo mundo”.
Ganga Júnior assegurou ainda não haver “dependência exclusiva nem da Rússia nem da Ucrânia” e lembrou que “os equipamentos provenientes dessa região já estão a ser fabricados noutras localidades”.
O centro de formação técnico-profissional inaugurado em Saurimo visa formar jovens na área mineira.
Após a entrada em vigor de sanções dos Estados Unidos e de países europeus contra a Rússia, sindicalistas angolanos afectos à indústria extractiva alertaram para eventuais despedimentos em massa no sector dos diamantes.
Uma das empresas sancionadas é a Alrosa, a maior companhia de diamantes do mundo e um dos maiores investidores na produção angolana.
A companhia russa controla 32,8% da mina de diamantes da Catoca, juntamente com a Endiama (também com 32,8%), sendo a maior accionista na quarta maior mina de diamantes do mundo.