A Somoil, maior petrolífera privada angolana, com resultados líquidos, em 2021, de 40,9 milhões de dólares (36,9 milhões de euros), prevê entrar em bolsa em 2025, anunciou hoje fonte da empresa.
Em conferência de imprensa, o presidente do conselho de administração da Somoil, Edson dos Santos, considerou importante a entrada na bolsa de valores para os objetivos de financiamento de projetos e de crescimento da empresa, que duplicou nos dois últimos anos a sua produção petrolífera diária para 16.000 barris de petróleo.
“O que nós queremos para a Somoil não vai poder ser feito com fundos próprios nem somente com alternativa a financiamentos bancários, financiamentos externos. Então, no plano estratégico da Somoil está claramente a entrada da Somoil em bolsa, primeiro na Bodiva [Bolsa de Dívida e Valores de Angola] e mais para a frente, 2020-2030, esperamos ter uma Somoil em bolsas internacionais”, disse.
Segundo o administrador financeiro da Somoil, Fernando Hermes, internamente foi montado um projeto para responder aos requisitos para a entrada na bolsa.
“Fizemos um projeto dentro desse grande esforço que chamamos de reestruturação dos negócios ou reposicionamento dos negócios da Somoil. Precisamos de definir se o grande valor a apresentar em bolsa, para os grandes investidores tem a ver com a Somoil no seu global ou se tem a ver com partes do projeto da Somoil. Estamos neste momento nesta fase final de reestruturação”, salientou.
Fernando Hermes disse ainda que foi assinado um protocolo com a Bodiva que está a acompanhar o processo de preparação para a entrada em bolsa.
Edson dos Santos frisou que para o período 2020-2030, a ambição da empresa é tornar-se “muito boa a operar campos internos, águas rasas e campos maduros”.
“Nessa altura, 20-30, esperamos ter já alguma experiência em águas profundas e capacidade também para então nos tornarmos operadores em águas profundas”, referiu o responsável, frisando a aposta nos recursos humanos e transição energética.
Em 2020, a Somoil teve resultados líquidos negativos de quatro milhões de dólares (3,6 milhões de euros), realçou Edson dos Santos, frisando que as perdas “foram maiores que valores financeiros”.
“Perdemos oportunidade, houve produção que nós deveríamos ter realizado e teve de ser adiada, queríamos movimentar a sonda que está no país e não pudemos fazê-lo, mobilizar recursos humanos foi muito difícil, trazer expatriados para o país, vistos, limitações de covid-19, foi um ano difícil para a Somoil e não só”, salientou.
A Somoil é operadora do Bloco 2/05 e das associações FS-FST e detém participações em blocos não operados 3/05, 3/05A, 4/05/ 17/06.
Com uma quota de mercado de 3%, a maior empresa privada de petróleos angolana pretende expandir a sua rede de postos de abastecimento, atualmente com três infraestruturas e uma em construção, para este ano, a primeira de raiz da Somoil.
“A nossa visão é de ter mo mínimo 25 postos de abastecimento e espalhados pelo país. A prioridade de momento, dos quatro PA [postos de abastecimentos] que temos, claramente Luanda, devido ao tamanho do mercado, e o Soyo [província petrolífera do Zaire, no norte de Angola], que é o município onde temos maior presença e força de trabalho”, sublinhou.
No que se refere às energias renováveis, adiantou Edson dos Santos, a Somoil elegeu a sua aposta na energia solar.
“É esta a nossa prioridade, é para aqui que estamos muito focados, estabelecemos uma parceria com a empresa Hyperion, um dos maiores operadores de energia solar na península Ibérica”, referiu.