Movimento Protectorado Lunda Tchokwe revela que sete pessoas morreram “num acto bárbaro e covarde, enquanto a PN fala em “rebelião armada” e quatro mortes
O comandante-geral da Polícia Nacional (PN) de Angola mandou instaurar um inquérito aos indicentes mortais registados no sábado, 30, na cidade de Cafunfo, na província da Lunda Norte, quando cerca de 300 apoiantes do Movimento Protectorado da Lunda Tchokwe pedim, numa marcha, conversações com o Governo sobre a situação na região.
O porta-voz da PN, Orlando Bernardo, que anunciou o inquérito na TV Zimbo, explicou que o mesmo pretende apurar ao detalhe os acontecimentos que, segundo ele, constituíram uma “acção ilegal e violenta contra as forças da ordem”.
No sábado, a PN falou “num acto de rebelião armada praticado por um grupo de aproximadamente 300 elementos, afectos ao Movimento Protectorado Lunda Tchokwe”.
No entanto, em declarações à VOA, o presidente daquele Movimento, José Mateus Zecamutchima, acusou a PN de ter morto sete pessoas e ferido mais de duas dezenas, num “acto bárbaro e covarde”.
Zecamutchima garantiu que foram cumpridas “todas as formalidades que se impõem para uma manifestação ordeira e pacífica”, mas os manifestantes foram atacados com rajadas de metralhadoras.
Ele refuta que os manifestantes estivessem armados.
Aquele activista advertiu que o número de mortos pode subir porque há muitas pessoas desaparecidas e denunciou a militarização da cidade nos últimos dias, em que foram detidas, pelo menos, 13 pessoas.
O Movimento Protectorado da Lunda Tchokwe tem criticado a actuação do Governo na riquíssima província em minérios, mas com altíssimos níveis de pobreza, e reivindicado um estatuto de autonomia das Luandas.