Analistas em Luanda defendem uma actuação republicana dos efectivos da polícia em defesa do cidadão e das instituições.
Para falar sobre o assunto, ouvimos o jurista David Mendes, o activista cívico Monokwama Piassa e o analista político Anselmo Kondumula.
A polícia angolana vive uma realidade marcada pela escassez de recursos humanos e técnicos para dar resposta às preocupações de segurança pública nas 18 províncias do país.
Este quadro operacional tem sido reconhecido publicamente pelas próprias autoridades que têm vindo a minimizar o défice de cobertura nacional, através de intervenções pontuais, com destaque para a distribuição de meios operacionais e outros.
Por outro lado, “a crise económica que ainda afecta várias famílias angolanas tem sido apontada como a principal causa do crescimento da criminalidade nos centros urbanos, com os efectivos da polícia nacional e os cidadãos a transformarem as periferias em verdadeiros campos de batalha que resultam em muitas vítimas mortais”.
A sociedade civil tem apelado ao governo angolano para inverter o comportamento repressivo dos órgãos de defesa e segurança para acautelar a ira dos cidadãos, que apontam os efectivos da polícia nacional como inimigos declarados.
Algumas organizações de defesa de direitos humanos, dizem que o problema da atuação da polícia que termina com assassinatos de cidadãos, tem que ver com a natureza da própria polícia, cuja vocação se reflecte na falta de pedagogia.
Muitos defendem uma reestruturação completa da corporação. Qual o critério da reestruturação, é a grande questão que se levanta.
O jurista David Mendes, por exemplo, é de opinião que a instituição da polícia em Angola tem sido banalizada.