Os manifestantes reivindicavam melhores condições de vida e a implementação das autarquias locais em Angola, no próximo ano. 16 jovens foram detidos e mais tarde libertados.
As forças de defesa e segurança dispararam balas reais e gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes que se concentraram, esta quarta-feira (11.11), no largo do antigo cemitério da Kipata, no bairro Popular, em Ndalatando. Foram também usados jatos de água dos serviços de proteção civil e bombeiros.
A polícia alega que os manifestantes não estavam a respeitar o decreto presidencial, que proíbe ajuntamentos de mais de cinco pessoas. Mas os manifestantes sublinham que a resposta da polícia ao protesto foi desproporcional.
“Era para ser uma marcha pacífica”, diz o manifestante Adérito Faustino. “O pessoal estava aqui concentrado e, de um momento para o outro, apareceu o aparato policial, para intimidar o pessoal, com jatos de água e tiros reais… É lastimável.”
Pedro Timóteo, um jornalista da Rádio Ecclésia, denunciou à DW África que a polícia o feriu, num dedo, enquanto reportava sobre o protesto.
Jovens detidos e soltos
16 jovens manifestantes foram detidos e mais tarde libertados na comuna de Kizenga, município de Cacuso, vizinha província de Malanje, uma localidade que fica a mais de 60 quilómetros de Ndalatando.
O jovem Adérito Faustino lamenta as detenções no dia em que Angola comemora 45 anos de independência.
“Essa é a Angola que temos, mas não é a Angola em que um dia os nossos pais lutaram pela independência”, diz o manifestante. “Não é essa a Angola que nós sonhámos, não é essa Angola que nós contamos ter para o futuro. É lamentável e é deplorável a situação.”
A DW África tentou falar com a polícia sobre o protesto, mas não obteve uma reação.