O Diretor nacional dos Recursos Minerais de Angola, Andre Buta neto, disse hoje que o país africano possui 36 dos 51 minerais críticos a nível mundial, dos quais alguns prestes a entrar em fase de produção.
O diretor nacional dos Recursos Minerais de Angola, Andre Buta neto, disse hoje que o país africano possui 36 dos 51 minerais críticos a nível mundial, dos quais alguns prestes a entrar em fase de produção
O responsável que falava no 2.º Fórum de Banca & Mineração, organizado pela Bumbar Mining, disse que os recursos foram identificados no âmbito do Plano Nacional de Geologia (PLANAGEO), reconfirmando levantamentos já feitos durante a época colonial.
Entre outros recursos, existem em Angola diamante, zircão, quartzo, turmalina, metais ferrosos e não ferrosos, ouro, prata, platina e cobre.
Os minerais críticos são assim classificados em função da sua localização geológica restrita, alta relevância para a indústria e riscos de abastecimento, sendo alguns deles considerados essenciais na transição energética.
A aposta de Angola nestes recursos é “ainda incipiente se se olhar para a gama de minerais confirmados pelo estudo”, adiantou Buta Neto, observando que o setor mineiro é uma aposta de risco, já que somente 10% dos projetos em prospeção podem chegar a mina.
Angola já iniciou a produção de ouro e manganês, e espera em breve começar a produzir terras raras, titânio e lítio que “estão numa fase avançada de prospeção”.
Nos próximos dois anos, espera-se que tenha início a produção do neodímio e praseodímio, usados no fabrico de baterias para carros elétricos, bem como cobre e nióbio.
“Significa que Angola, nos próximos cinco anos, poderá dar um salto grande em termos de mineração”, referiu o dirigente.
Por outro lado, salientou que a reestruturação do setor mineiro ao longo dos últimos cinco anos veio dar maior confiança aos investidores, o que aproximou os grandes ‘players’ da mineração de Angola.
“Com este passo outras empresas poderão vir, uma vez que ganham esta confiança”, reforçou.
Neste momento, além de grandes empresas como a Rio Tinto e a DeBeers, que regressou a Angola este ano, começam a aparecer empresas “juniores” que estão a explorar, por exemplo, terras raras e fosfatos.
André Buta Neto defendeu também uma maior aproximação do setor financeiro à indústria da mineração, que é ainda dominada pelos diamantes, que representam 3% do Produto Interno Bruto (PIB) de Angola.
“Temos de ter uma maior divulgação das facilidades dentro do setor mineiro, que antes não existiam. A banca funciona com investimento e com retorno e quando não há segurança no retorno, ninguém aceita pôr o dinheiro sem garantia de que vai recuperar o seu investimento e esta tem sido a atuação da banca”, salientou.
Acredita, no entanto, que a “banca começa a visualizar que, de facto, vale a pena investir no setor mineiro”, considerando que encontros deste género ajudam a aproximar os dois setores.
Afirmou ainda que se abre agora a possibilidade de a banca fazer parte do título de exploração mineiro, permitindo que o título mineiro seja utilizado como garantia, o que vai também obrigar a banca a desenvolver uma área que responda pelo setor mineiro.