Angola vai economizar anualmente cerca de 300 milhões de dólares (280 milhões de euros) na importação de gasolina, com a quadruplicação deste derivado de petróleo na refinaria de Luanda.
O novo complexo de produção de gasolina na refinaria de Luanda, um investimento de 235 milhões de dólares (219,4 milhões de euros) da petrolífera estatal Sonangol, foi hoje inaugurado pelo Presidente angolano, João Lourenço.
Segundo o presidente do conselho de administração da Sonangol, Gaspar Martins, o novo complexo de produção de gasolina vai reduzir em 15% a importação deste combustível e contribuir para alcançar a autossuficiência.
Gaspar Martins sublinhou ainda que a refinaria de Luanda entrou em funcionamento em 1958 e tem, atualmente, uma capacidade de processamento de 65 mil barris de petróleo por dia, e apresentava ainda limitações em relação à produção de boa parte de derivados de petróleo necessários para o mercado nacional.
Com o novo complexo, acrescentou o responsável da petrolífera estatal, quadruplica a produção de gasolina, que passará de 395.000 para 1,5 milhões de litros de gasolina por dia.
“De modo a suplantar as referidas limitações a Sonangol, em cooperação com a Eni, petrolífera italiana, desenvolveu o projeto atual com o objetivo de maximizar a produção de gasolina”, realçou Gaspar Martins, destacando ainda a redução em 70% do uso do ‘fuel oil’ das fornalhas, para a produção de vapor, e a troca de nafta para a geração de 10 megawatts de energia elétrica por parte do hidrogénio produzido na refinaria, além do aumento da produção de LPG (gás liquefeito de petróleo) para o consumo interno.
“Este complexo será manuseado por quadros jovens angolanos que foram devidamente treinados, reforçando assim a nossa aposta no desenvolvimento do capital humano nacional”, frisou.
Por sua vez, o ministro dos Recursos Naturais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, disse que com a entrada em funcionamento deste complexo, Angola terá ganhos significativos, entre eles a diminuição do dispêndio de divisas para o Estado, bem como a melhoria da qualidade da gasolina e benefícios de natureza ambiental.
“Na construção desta nova unidade de reforma catalítica participaram vários quadros e técnicos angolanos e a sua inauguração criará novos postos de trabalho diretos e indiretos que, em muito, contribuirão para a melhoria das condições de vida da nossa população”, salientou o ministro.
Diamantino Azevedo sublinhou igualmente no conjunto de benefícios do projeto a capacitação e especialização de jovens nacionais na Universidade Corporativa da Eni, na Itália, que adquiriram novas valências técnicas para as atividades de refinação, incluindo a operacionalização do complexo.
Já o representante da petrolífera italiana, o diretor-geral da Divisão de Recursos Naturais da Eni, Guido Brusco, considerou a conclusão do projeto de expansão e modernização da refinaria de Luanda como exemplificativo da longa e frutuosa parceria estratégica entre as duas empresas angolana e italiana.
“Hoje, este evento representa a concretização do compromisso assumido pelo nosso CEO [presidente executivo] com o Presidente da República, de cooperar, apoiar a Sonangol na melhoria e aumento da capacidade da refinaria de Luanda, aproveitando o ‘know-how’ específico da Eni”, referiu Brusco, afirmando o total empenho da companhia petrolífera italiana “em continuar a apoiar futuros possíveis esforços de expansão e modernização”.