Depois de uma bem sucedida digressão pelos Estados Unidos, onde teve contactos com oficiais e oficiosos, o líder da UNITA já está na Europa em trânsito para o país para as batalhas pré-eleitorais já em curso.
Iniciada no dia 8, a viagem do presidente da UNITA visou, essencialmente, mobilizar apoios norte-americanos ao processo que culminará com as eleições gerais previstas para Agosto.
Na nota em que anunciou a deslocação do seu líder aos Estados Unidos, a UNITA sublinhou que a visita proporcionaria a Adalberto Costa Júnior “oportunidade para reforçar a mobilização de apoios ao processo eleitoral, à observação internacional das eleições gerais de Agosto de 2022, num ambiente de tranquilidade, de pluralidade democrática e de transparência”, porque, ainda segundo o comunicado, “esta será a única via para o desenvolvimento do nosso país e propiciador da dignidade para todos os angolanos”.
No Departamento de Estado, onde foi acompanhado por Jardo Muekalia, antigo representante do “Galo Negro” nos Estados Unidos, Adalberto Costa Júnior foi recebido por altos responsáveis, aos quais reiterou pedidos para uma maior atenção norte-americana ao processo de preparação das eleições angolanas.
Ao Correio Angolense, uma fonte credível disse que Adalberto da Costa Júnior saiu do Departamento de Estado de “barriga cheia”.
A fonte do CA traduziu a “barriga cheia” como garantias firmes de apoio norte-americano a um processo eleitoral transparente.
“Os Estados Unidos deram-lhe esse garantia”.
Há poucos dias, os Estados Unidos anunciaram 2.500.000.00 (dois milhões e meio) de dólares para apoiar iniciativas ou projectos que promovam eleições livres e justas em Angola. O Departamento de Estado norte-americano anunciou esta semana ter disponíveis 2.500.000 (dois e milhões e quinhentos mil) de dólares para apoiar iniciativas ou projectos que promovam eleições livres e justas em Angola.
Troika da FPU vai a Washington em Maio para um possivel encontro com Biden
Sob a designação “Apoiar um Ambiente Eleitoral Local Credível em Angola”, o Bureau de Democracia, Direitos Humanos e Trabalho do Departamento de Estado anunciou quinta-feira, 24, o inicio de um concurso aberto através do qual podem candidatar-se aos fundos do programa as organizações que apresentem projectos que apoiem eleições transparentes e promovam “reformas eleitorais inclusivas”.
No comunicado, os Estados Unidos afirmam pretender “eleições credíveis em Angola que contribuam para a abertura democrática e um amplo envolvimento das partes interessadas” numa plena reforma eleitoral.
De acordo com fontes americanas, Adalberto Costa Júnior deverá regressar aos Estados Unidos no próximo mês de Maio. Nessa altura, ele viajará acompanhado por Abel Chivukuvuku e Filomeno Vieira Lopes.
Uma task force norte-americana está a trabalhar para que o trio que encabeça a Frente Patriótica Unida (FPU) seja recebida, em privado, pelo presidente americano, Joe Biden.
A concretizar-se, o Biden quebraria uma tradição dos presidentes norte-americanos de não receber individualidades estrangeiras em anos em que concorram à eleições presidenciais.
A pouco mais de 4 meses do fim de mandato, é improvável que o Presidente João Lourenço venha a ter qualquer encontro com o seu homólogo americano, seja na Casa Branca, seja noutro país.
A actual agressão militar da Rússia à Ucrânia perturbou as relações entre Angola e os Estados Unidos.
Na Assembleia Geral das Nações Unidas que debateu o assunto, o representante de Angola absteve-se na votação da resolução proposta pelos Estados Unidos e outros países ocidentais visando a condenação da agressão russa.
Washington apelou a todos os países africanos para que condenassem inequivocamente a agressão russa.
Aliado da Rússia, Angola preferiu o “muro”, uma atitude que o Ocidente registou como condescendente com a invasão russa de território alheio.
Antes dos Estados Unidos, o líder da UNITA esteve em Israel onde teve uma recepção que desagradou muito as autoridades angolanas.