Adalberto da Costa Júnior, presidente eleito da UNITA, afastado na sequência de uma decisão judicial, e João Lourenço, presidente do MPLA, partido do poder em Angola, concorrem sozinhos à liderança das respetivas forças políticas, sem mais candidaturas formalizadas.
O prazo para apresentação das candidaturas ao congresso da UNITA (União para a Independência Total de Angola), que vai realizar-se nos dias 2 a 4 de dezembro, terminou na quinta-feira, sendo a candidatura de Adalberto da Costa Júnior, eleito no XIII Congresso de 2019, anulado por decisão do Tribunal Constitucional, a única a ser apresentada.
“Estamos a verificar internamente e a fazer a validação e amanhã [sábado] de manhã diremos se será validada a única candidatura apresentada”, indicou.
Adalberto da Costa Júnior foi destituído na sequência do acórdão n.º 700/2021 do Tribunal Constitucional de Angola, que deu razão a um grupo de militantes da UNITA que se queixaram de irregularidades no congresso, entre as quais a dupla nacionalidade à data de apresentação da sua candidatura às eleições do XIII Congresso – o que Adalberto da Costa Júnior (ACJ) negou.
A UNITA é agora dirigida por Isaías Samakuva, que liderou o partido do Galo Negro durante 16 anos e voltou a assumir o cargo por força da decisão judicial que afastou ACJ e impôs a direção eleita no XII Congresso, realizado em 2015.
Segundo Amélia Ernesto, um outro cidadão, cuja militância na UNITA não foi confirmada, manifestou essa intenção, mas “não reuniu os requisitos”.
Também no MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido do poder em Angola desde a independência e que realiza o seu VIII Congresso entre 9 e 11 de dezembro, uma semana depois do da UNITA, principal força da oposição, João Lourenço deverá suceder a si próprio.
O prazo para submissão de candidaturas terminou a 05 de novembro e, na terça-feira, a subcomissão de candidaturas da Comissão Nacional Preparatória do VIII congresso anunciou que António Venâncio, o único militante que manifestou publicamente a intenção de disputar o lugar com João Lourenço, não deu entrada com o processo.
António Venâncio apresentou, no entanto, um conjunto de reclamações devido às dificuldades de recolha de assinaturas e tratamento desigual entre os candidatos.