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Angola realiza, em junho, “3.ª edição do Angotic” com mais de 150 expositores nacionais e estrangeiros

Angola realiza, em junho, a terceira edição do Angotic, com mais de 150 expositores nacionais e estrangeiros, incluindo duas angolanas criadoras de um aparelho tecnológico de diagnóstico não invasivo da malária, principal causa de mortes no país.

O Angotic 2023 — Fórum Internacional de Tecnologias de Informação e Comunicação de Angola vai realizar-se de 12 a 14 de junho, em Luanda, um espaço aberto ao debate de temas atuais, globais e futuros das TIC (tecnologias de informação e comunicação), à promoção da partilha de conhecimentos, facilitação de ‘networking’ para entidades governamentais, expositores, especialistas, e apresentação de inovações, bem como as tendências do setor.

Durante o anúncio do evento, aberto por Mário Oliveira, ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Adama e Awa Dieme, duas irmãs gémeas angolanas, de 20 anos, apresentaram o seu projeto tecnológico inovador, denominado “Awama”, que ajuda a diagnosticar a malária, doença endémica no país, sem ser necessário retirar sangue ao paciente.

As alunas finalistas do ensino médio apresentaram pela primeira vez o aparelho, que usa uma luz vermelha para detetar mudanças nos glóbulos vermelhos, que quando afetados pelo plasmódio, parasita que causa a malária, impedem a passagem dessa luz, na Fititel – Feira de Inovação Tecnológica do Instituto de Telecomunicações, em 2021, a porta de divulgação do projeto.

Em declarações à agência Lusa, Adama Dieme disse que o projeto levou dois anos de pesquisa, inicialmente lançado em teste no Hospital dos Cajueiros, no Cazenga, e atualmente ainda em experiência no Hospital Josina Machel.

Segundo Adama Dieme, aos pacientes é feito o teste não invasivo, colocando o dedo indicador no aparelho que criaram, com resultados em dois minutos, e depois o método tradicional, com a recolha de sangue ao indivíduo.

“Depois é feita a comparação entre os dois resultados e tem estado a coincidir”, disse a estudante.

Adama Dieme frisou que continuam as pesquisas para o aperfeiçoamento do projeto, destacando o apoio da instituição escolar, com algum material, contudo insuficiente, apelando ao Ministério da Saúde e outras instituições por mais ajuda.

A jovem estudante realçou que a malária é um problema não só em Angola, mas em todo o continente africano, com destaque para a zona subsaariana.

“A doença que causa mais mortes em Angola é a malária, então fazer um projeto que venha a ajudar o tratamento da malária é o que mais nos motiva”, afirmou, lembrando que o método usado ainda hoje é mais demorado e dispendioso, pois “é preciso reagentes, fazer a secagem das lâminas, que são reutilizadas e podem causar muita margem de erro”.

As pesquisas agora, realçou Adama Dieme, vão no sentido de detetar, por exemplo, a espécie do plasmódio.

“Isso vai facilitar imenso, porque muitas vezes quando vamos ao hospital é-nos dito apenas que temos dois por campo, mas não sabemos o tipo de plasmódio (…) é mais apropriado saber a espécie, de que [parasita unicelular] protozoário fomos picados”, disse.

Além de apoio financeiro, as jovens estudantes pedem patrocínio para elevarem os seus conhecimentos, na área das tecnologias de informação, com interesse agora também na telemedicina.

“Apenas o que necessitamos nesse preciso momento são patrocinadores para colocarmos o nosso projeto no mercado, com melhorias”, acrescentou.

Na sua intervenção, o ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social salientou que o Angotic promete, apesar dos desafios geopolíticos e económicos que o mundo enfrenta, “ser um evento de tecnologia africano de referência, combinando o conteúdo inigualável de um fórum com uma grande exposição, bem como uma oportunidade de ‘networking’”.

“Portanto, o Angotic serve como um catalisador para a colaboração e competição entre empresas de tecnologia estrangeiras e locais e uma infinidade de parceiros no ecossistema das TIC”, apontou.

 

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