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Angola reconhece que “crescimento desordenado das cidades” limita salvamento em caso de desastres

O Governo angolano reconheceu hoje que o aumento populacional significativo do país e o crescimento desordenado das cidades, “que origina desordem do ponto de vista da localização”, limitam as ações de busca e salvamento em caso de desastres.

Para o secretário de Estado do Ministério do Interior para o Asseguramento Técnico, Carlos Albino, o crescimento populacional e desordenado das cidades angolanas são fatores que “direta ou indiretamente impactam a resposta das autoridades em casos de alteração natural do clima”.

“E, por conseguinte, pode ser uma chuva intensa que limita a ação coordenada dos distintos departamentos no sentido, por exemplo, de salvar vidas, porque há uma desordem do ponto de vista da localização, da infraestruturação”, disse hoje o responsável.

Em declarações no âmbito do “Workshop sobre atualização do Plano Estratégico de Prevenção e Redução do Risco de Desastres e do Plano Nacional de Preparação e Contingência”, que decorre hoje, em Luanda, Carlos Albino admitiu a necessidade da revisão e atualização dos referidos planos.

Os planos “precisam de ser atualizados, devem ser revistos, porque estas consequências que decorrem destes fenómenos podem ter duas interpretações, nomeadamente o fenómeno em si só e da ação humana”, assumiu.

A necessidade de atualização destes planos, sustentou, “é para permitir que os especialistas da Proteção Civil possam prevenir de forma mais exata e muito melhor coordenada”.

“A análise destes planos, seguramente que vão conduzir os especialistas a determinados cenários e um deles, por exemplo, a materialização dos planos diretores urbanos que têm consequências para a qualidade de vida e para a mobilidade urbana”, realçou.

Secas, chuvas e inundações são fenómenos que ainda atingem várias localidades de Angola, causando com mortes, casas destruídas e pessoas desabrigadas, sobretudo no decurso da época chuvosa.

Carlos Albino deu a conhecer também que o país conta com sistemas de alerta de cheias ou outros fenómenos naturais, instalados em determinados rios, admitindo, no entanto, a necessidade de alguns serem atualizados.

“Esta também é uma das questões que vai ser analisada a nível deste grupo de trabalho. (…) A instalação deste conjunto de sistemas requer recursos, a alteração que ocorre quer a nível dos nossos rios quer dos fenómenos naturais requer a atualização destes sistemas”, frisou.

“Os sistemas hoje implantados, alguns respondem e outros não tão bem assim, por isso é que este grupo também tem a missão de fazer uma reflexão em torno dos sistemas existentes”, rematou o governante angolano.

O encontro é promovido pela Comissão Nacional de Proteção Civil de Angola.

O “workshop” decorre da necessidade de se avaliar o nível de implementação dos planos e da sua operacionalidade face aos cenários de risco, capacidades e recursos disponíveis, mecanismos de coordenação estabelecidos e adaptação das boas práticas internacionais, bem como identificar lacunas, reordenar e atualizar em alinhamento com o Marco de Sendai 2015-2030.

 

 

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