A Recredit-Gestão de Ativos recuperou 16,4 mil milhões de kwanzas (24 milhões de euros) até ao final do terceiro trimestre do ano, atingindo 83% da meta para 2021, fixada em 19,8 mil milhões de kwanzas (29 milhões de euros).
A Recredit, criada em 04 de agosto de 2016, é uma sociedade que tem como principal acionista o Estado angolano e foi criada para gerir o crédito malparado no estatal Banco de Poupança e Crédito (BPC).
Segundo uma nota da instituição, desde 2020 regista-se um valor acumulado de 21,4 mil milhões de kwanzas (31 milhões de euros), sendo a perspetiva de recuperação do próximo trimestre de 13 mil milhões de kwanzas (19 milhões de euros) com base nos vários processos que estão “em tramitação técnica”.
Entre estes, cerca de 7 mil milhões (10 milhões de euros) são relativos a propostas de amortização em análise, 699 milhões de kwanzas (1 milhão de euros) referentes a propostas aprovadas e 5 mil milhões de kwanzas (7 milhões de euros) representam propostas aprovadas com acordos celebrados entre a instituição e os devedores.
Cerca de 28% dos processos encontram-se em contencioso ou com ação judicial em tribunal e os restantes 72% estão em análise ou negociação, indica a mesma nota, segundo a qual 71% da carteira de crédito está concentrada nos 20 maiores devedores, sobretudo dos setores da construção e comércio.
Em 31 de março de 2020, a Recredit assinou com o BPC um contrato através do qual o banco público entregou ao “banco mau” 80% da sua carteira de crédito com um valor estimado de 951 mil milhões de kwanzas (1,4 mil milhões de euros).
Em maio, o presidente do conselho de administração da Recredit, Walter Barros, revelou que, em 12 meses, a instituição tinha recuperado 7,8 mil milhões de kwanzas do malparado do BPC (10,2 milhões de euros), esperando resgatar dos devedores mais de 19 mil milhões de kwanzas em 2021.