Sete ativistas que estão a coordenar uma manifestação convocada para o dia 11 de novembro, data que assinala 45 anos de independência em Angola, foram detidos na província da Huíla, disse ontem à Lusa um dos organizadores.
“Foram detidos sete ativistas que estão a coordenar a manifestação na Huíla, quando se encontravam reunidos num estabelecimento privado, no sábado”, afirmou Benedito (Dito) Dali, um dos organizadores da “Marcha pela Cidadania, pelo Fim do Elevado Custo de Vida e por Autarquias em 2021”, convocada para a próxima quarta-feira.
Segundo Dito Dali, encontravam-se no local, inicialmente cinco pessoas, “obedecendo às medidas de biossegurança” do último decreto presidencial, que foram detidas pela polícia.
Outras duas pessoas que foram à esquadra “saber dos seus companheiros” ficaram também detidos.
O ativista acrescentou que dois dos detidos foram libertados, não tendo sido possível saber mais informações sobre os restantes.
Dito Dali adiantou ainda que os organizadores da marcha em Luanda foram notificados para comparecer na segunda-feira no comando provincial de Luanda da Polícia Nacional.
Numa nota divulgada na sua página do Facebook, o comando provincial da Huíla, indica ter surpreendido “um ajuntamento com mais de cinco pessoas no pátio do Colégio Pirilampo, a maioria vendedores, que mobilizavam alguns cidadãos para uma manifestação prevista para o dia 11”.
Segundo a polícia, quando decorria o processo de identificação, cinco homens ofenderam os agentes de serviço, tendo por isso sido detidos por injúria, enquanto outras duas pessoas, na qualidade de organizadores do ajuntamento, foram multadas.
A manifestação do próximo dia 11 de novembro é convocada pelos mesmos organizadores da marcha do passado dia 24 de outubro, que foi fortemente reprimida pela polícia em Luanda e terminou com a detenção de uma centena de pessoas, incluindo alguns jornalistas.
Os manifestantes detidos foram julgados sumariamente e libertados uma semana depois, tendo 71 deles sido condenados por desobediência.