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Angola: Réu Hilário Santos “nega ter sido trabalhador assalariado no Grecima”

O ex-assistente administrativo do extinto Gabinete de Revitalização e Execução da Comunicação Institucional e Marketing da Administração (Grecima), Hilário Gaspar Santos, negou esta segunda-feira, em tribunal, ter auferido salários no Grecima, durante os cinco anos que colaborou com a instituição.

No quadro do julgamento “Caso Grecima”, Hilário Gaspar Santos assumiu hoje ter sido compensado com ajudas de custos por, na altura, viajar constantemente para o exterior do país, particularmente para Lisboa (Portugal).

Explicou que as suas viagens eram custeadas pelo Grecima e os pagamentos eram por si feitos, em divisas, na sua qualidade de assistente administrativo do Grecima.

Segundo o arguido, estes pagamentos eram, também, feitos às individualidades que promoviam a imagem de Angola e do Executivo angolano no exterior do país.

Na audiência desta segunda-feira, o réu Hilário Gaspar Santos foi interrogado sobre a sua ligação ao Grecima, à relação de trabalho com o ex-director do extinto Grecima, Manuel Rabelais, bem como sobre o papel que desempenhou nas supostas transações fraudulentas de que ambos são acusados.

Restituição voluntária de bens

Na mesma audiência, Manuel Rabelais comprometeu-se a entregar ao tribunal uma relação com os dados exactos dos imóveis e dos valores que restituiu à Direcção Nacional de Recuperação de Activos da Procuradoria-geral da República.

Nas sessões anteriores de julgamento, o ex-director do extinto Grecima confirmou ter feito a entrega voluntária de 30 imóveis à direcção nacional dos Serviços de Recuperação de Activos da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Os réus do conhecido “Caso Grecima” são acusados dos crimes de peculato de forma continuada, violação das normas de execução orçamental e branqueamento de capitais, referentes aos anos de 2016 e 2017.

Nesse período, foram alocados ao Grecima 98 milhões, 141 mil e 672 euros, para a aquisição de contravalores em Kwanzas.

Manuel Rabelais é acusado de ter transformado o Grecima numa casa de câmbio, cujas divisas eram comercializadas a um preço superior ao valor oficial.

No despacho de pronúncia, Manuel Rabelais é, igualmente, acusado de ter aberto uma série de contas em diversas instituições bancárias em nome do Grecima, como único assinante.

O julgamento, que decorre desde o dia 9 de Dezembro de 2020, no Tribunal Supremo, foi retomado hoje, depois de um interregno de mais de 30 dias, devido à aproximação da quadra festiva (férias de Natal e Ano Novo) e por razões ligadas à actividade interna do Tribunal.

No julgamento, para além dos réus, Manuel Rabelais e Hilário Gaspar dos Santos, na altura dos factos assistente administrativo do Grecima, estão arrolados 14 declarantes.

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