O director do jornal O País, Dani Costa, publicou um texto revelador de que a roubalheira na administração pública ainda não cedeu terreno aos novos tempos que se pretendem de boa gestão do erário. “A roubalheira resiste”, disse Graça Campos
Segundo Dani Costa, o actual administrador municipal de Viana, Manuel Pimentel, no cargo há menos de 1 ano, remete mensalmente à Conta única do Tesouro qualquer coisa como 200 milhões, resultado de emolumentos e receitas de outros serviços pagos pelos munícipes.
Quando este administrador chegou ao posto, a remessa mensal da Administração de Viana à CUT não passava de 15 milhões de Kwanzas.
“Depois da revelação dessa montanhosa discrepância, o Tribunal de Contas e a Procuradoria Geral da República precisam de algum “estímulo” extraordinário para irem atrás dos últimos administradores de Viana?”, questionou o jornalista Graça Campos.
O antecessor do novo administrador é Fernando Manuel, alto quadro da “secreta” e membro do Comité Central do MPLA. “Não se alegue, portanto, paradeiro desconhecido”, observou igualmente Graça Campos.
De acordo com Dani Costa, apesar do caso Aragão, que mobilizou toda a comunidade, o exemplo dado por este jovem, Manuel Pimentel, assenta como uma luva naqueles pressupostos que todos lutam para a construção de um país melhor.
“Dirige o município de Viana há pouco menos de um ano, tendo lá chegado na mais recente remodelação. Quando chegou, este importante município arrecadava apenas 15 milhões de Kwanzas todos os meses para os cofres do Estado, uma situação que para ele era preocupante porque não reflectia a realidade. Em pouco menos de seis meses passou dos 15 milhões de Kwanzas para cerca de 200 milhões de Kwanzas mensais, o que demonstra um grande crescimento”, conta Dani.
Refira-se que, Manuel Pimentel já garantiu que estes montantes servirão para ajudar a melhorar a vida dos munícipes, na reconstrução e reabilitação de infraestruturas.
Por outra, este não duvida de que alguns dos quadros lideravam uma espécie de ‘quadrilha’ que ficava com o grosso dos impostos e outras receitas.
“Muitos podem não ter gostado do que ouviram, mas é destes exemplos que se espera”, considerou Dani Costa, acrescentando que numa terra de chico-espertos, o administrador de Viana abre assim um novo caminho e espera-se que os outros administradores tenham a coragem de falar sobre números e não se escudarem sempre em lamúrias como se fossem autênticos pobres.