As amostras de sangue do agente da Polícia Nacional que cometeu o duplo homicídio, suicidando-se em seguida, foram remetidas ao Laboratório de Toxicologia.
O director do gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do Ministério do Interior (Minint), comissário Waldemar José, disse hoje, terça-feira, à ANGOP que as amostras estão a ser analisadas, para se verificar eventual existência de álcool ou outra substância entorpecente.
Disse que as amostras podem auxiliar nas investigações em curso para aclarar quais foram efectivamente as motivações do incidente, frisando que o Minint criou uma Comissão Interna composta por responsáveis da inspecção-geral do ministério, do Serviço de Investigação, entre outros órgãos, para aferir as reais motivações da acção do agente.
Waldemar José alvitrou que a investigação poderá avançar para a instauração de um processo-crime, dependendo do que se vier a apurar.
“Se for apurada a existência de mais alguém do corpo da guarda envolvido na tragédia e que esteja em vida, seja por negligência ou omissão, também será responsabilizado criminalmente”, explicou.
Acrescentou que todos esses elementos serão incluídos no processo investigativo, para mais tarde ter as conclusões, caso contrário será arquivado.
Uma outra comissão encarregue de prestar apoio e preparar as homenagens a ter lugar no Velório da Polícia Nacional, onde serão prestadas as honras às duas vítimas do homicídio, foi igualmente criada, ainda de acordo com o comissário.
O porta esclareceu, no entanto, que nada impede que o óbito do autor dos disparos tenha o apoio necessário, de acordo com o previsto na Lei.
“Os familiares não têm culpa do sucedido e a pensão pôs-morte será atribuída às três famílias, pois as vítimas deixaram viúvas e filhos menores, e, de acordo com a legislação, morreram no exercício da actividade laboral, devendo receber a pensão de morte e os descendentes menores terão direito a um subsídio, até atingirem a maior idade”, clarificou.
As duas vítimas serão sepultadas no Cemitério do Benfica, no município de Talatona, enquanto o autor dos disparos será enterrado no Cemitério Municipal de Viana.
O civil que foi alvejado nos membros superiores enquanto passava pela rua já recebeu a alta hospitalar.
Informações preliminares das investigações apontam que a briga foi originada por um alegado desaparecimento da pistola de uma das vítimas.