Um dia depois de um simpatizante da UNITA ter sido morto por um disparo de um agente da Polícia Nacional (PN) durante uma marcha do principal partido da oposição de Angola na província de Benguela, o secretário provincial e o grupo parlamentar condenaram o assassinato, enquanto o Colégio Presidencial da CASA-CE pediu uma investigação para apurar responsabilidades. Um simpatizante do principal partido da oposição foi morto por um agenda policial quando participava numa marcha no sábado.
“O que assistimos no dia 11 último aqui em Benguela é simplesmente mais um acto de terrorismo de Estado por parte da Polícia Nacional que para a UNITA soltaram esse aparato todo e inclusive fizeram um morto quando no dia seguinte 12 assistiram impávidos e impotentes à marcha do MPLA em apoio a reeleição de JLO aqui em Benguela!”, escreveu Adriano Sapiñala na sua página do Facebook neste domingo, 12, em referência ao simpatizante do partido Eugénio Pessela, de 41 anos, atingido no peito com uma granada de gás lacrimogéneo, na marcha de saudação ao XIII Congresso Ordinário da UNITA.
Sapiñala já tinha denunciado, também com fotos, o “desnecessário” aparato policial que compareceu ao pedido da UNITA para garantir a segurança durante a marcha em Benguela.
Apesar de, segundo aquele responsável, depois de muita tensão inicial entre a PN e o partido, a marcha aconteceu, mas, denunciou Sapiñala, “infelizmente a brutalidade de alguns efectivos da polícia custou-nos o ferimento de três companheiros sendo dois ligeiros e um grave, cuja granada de gás lacrimogêneo atingiu-lhe o peito e causou esta abertura no seu peito”.
O militante viria a morrer mais tarde.
Hoje, em nota divulgada na mesma página “o grupo parlamentar da UNITA condena o assassínio do cidadão Eugénio Pessela, de 41 anos de idade, que segundo testemunhas, participava pacificamente da referida manifestação organizada pelo Secretariado Provincial da UNITA em Benguela”.
O grupo parlamentar “considera inaceitável a morte de cidadãos no exercício dos seus direitos e liberdades constitucionalmente protegidos e insta às autoridades competentes no sentido de apurarem os factos e as circunstâncias do acidente, para a consequente responsabilização criminal e disciplinar dos autores”.
CASA-CE requer investigação
A segunda maior força política da oposição, a CASA-CE, também se pronunciou, com o seu Colégio Presidencial a lamentar “sentidamente a morte violenta do cidadão, e condena com veemência o acto, perpetrado, alegadamente, por um agente da Polícia Nacional, em sede do exercício de um direito fundamental consagrado pela Constituição da República de Angola”.
O órgão directivo da Coligação acrescenta que “face à gravidade do ocorrido, aliada à necessidade imperativa de se devolver o sentimento de segurança e de justiça aos cidadãos, fazendo cumprir a CRA (Constituição da Repúblca) e a lei a favor da consolidação de um verdadeiro Estado democrático e de direito, o Colégio Presidencial da CASA-CE insta às autoridades afins, a procederem a realização de um competente trabalho de investigação, visando a responsabilização civil e criminal do(s) agente(s) implicado(s)”.
A PN ainda não se proncunciou e a VOA tenta trazer mais reacções nas próximas horas.