Três homens foram detidos pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC) suspeitos de burla informática, falsificação, acesso ilegítimo e branqueamento de capitais, crimes que provocaram danos de mais de 1,5 mil milhões de Kwanzas no Banco de Poupança e Crédito (BPC).
Ao que o Novo Jornal apurou, o caso remota a 2019, quando quatro elementos, encabeçados por um suposto funcionário do banco, ainda não identificado, efectuaram uma transferência no valor de mais de 1,5 mil milhões de Kwanzas da dependência central do BPC, em Luanda, para a conta de uma mulher, cujo nome não foi revelado, residente na província do Kwanza Norte, no município de Ndalatando.
Quando se deparou com esta elevada quantia na sua conta, esta mulher informou as autoridades por suspeitar de estar a ser vítima de um qualquer esquema ilícito.
Face a está operação fraudulenta, a Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP) órgão da Procuradoria-Geral da República (PGR), tomou contacto com está ocorrência na data dos factos e alertou o SIC-Kwanza Norte para estar a par das investigações.
De seguida, segundo contou ao Novo Jornal o porta-voz do SIC-Kwanza Norte, em exercício, Quituxe André, foram apuradas acções ilícitas que se “consubstanciam na manipulação de dados sobre transferências bancárias, acesso ilegítimo a sistemas de correio electrónico das operações com posterior branqueamento dos valores ilicitamente obtidos”.
“Após a cidadã dar conta da existência dos valores na sua conta bancaria, apresentou queixa aos órgãos judiciais, os quais determinaram cativar a conta, isso há cerca de um ano”, disse.
Entretanto, já este mês, no dia 04, apareceram quatro cidadãos provenientes da província de Luanda e dirigiram-se à residência da cidadã com o propósito de convencê-la a assinar uma procuração para facilitar a saída deste montante.
“A mulher ficou apavorada com a situação ligou para o piquete do SIC-Kwanza Norte. Minutos mais tarde, um equipa do SIC foi à residência da mulher, tendo sido detidos três elementos enquanto um outro se colocou fuga”, descreveu.
O responsável salientou que o SIC-Kwanza Norte, em coordenação com a Polícia Nacional (PN), prossegue com as investigações “no sentido de apurar a natureza e a extensão das ligações criminosas”.
O Novo Jornal soube ainda que os três elementos estão em prisão preventiva, medida de coacção mais gravosa, aplicada pelo magistrado do Ministério Público (MP) junto do SIC-Kwanza Norte.