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Angola: Sindicato de Professores na Huíla acusa Governo de privilegiar ensino privado

O Sindicato Nacional de Professores (SINPROF) na província angolana da Huíla acusa o gabinete local da saúde de esconder os testes da Covid-19 realizados aos professores.

A posição vem expressa num comunicado tornado público depois de uma reunião extraordinária recente do secretariado local do SINPROF que recomendou igualmente o fim do que chama de “incompetência no Ministério da Educação” ao olhar para o calendário escolar de 2020 com alegados privilégios ao sistema de ensino privado em detrimento do público.

A marcação de exames finais para este de mês em alguns colégios privados, contrariando o novo calendário escolar alargado por força dos efeitos da pandemia de Covid-19, pressupõe “a mercantilização do ensino”, que, segundo o secretário provincial do SINPROF na Huíla, João Francisco, faz levantar algumas interrogações.

“Se há um decreto presidencial que determina o ano lectivo 2020/2021 não há aí excepção para uma determinada escola que deve fazer aquilo que bem entender! Todos devem cumprir aquilo que é orientação, por que tem que ser assim, o ensino privado parece a sobrepor-se ao ensino público. Então nos perguntamos essas tais escolas são de quem? Quem é o dono destes colégios? Onde está o Governo, o Ministério da Educação que regula o sector na província e no país?”, questiona.

O Sindicato reitera a necessidade de se prestar melhor atenção ao sector por via do Orçamento Geral do Estado (OGE), actualização do tempo de serviço a par da solução de outras reivindicações.

Sem se referir em concreto para os problemas suscitados pelos professores e na sequência da inauguração de duas novas escolas erguidas no âmbito do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIMM), o governador Luís Nunes reconheceu tratar-se de um sector com enormes desafios pela frente.

Com o número de crianças fora do sistema de ensino a atingir as 300 mil e com 150 mil a estudar ao relento, Nunes reconhece que é preciso fazer mais.

“Mesmo que as escolas sejam muitas as que estamos a fazer, não chegam ,temos que construir mais”, concluiu Luís Nunes.

O governador não se referiu, no entanto, às denúncias do SINPROF.

 

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