O secretário geral do Sindicato dos Técnicos de Enfermagem de Luanda denunciou nesta segunda-feira, 20, que profissionais, que entraram em greve interpolada estão a ser ameaçados e obrigados a retomar o trabalho por parte de responsáveis de alguns hospitais e centros de saúde. Greve arrancou hoje e tem a adesão de 95 por cento dos técnicos de enfermagem da capital angolana.
Apesar dessa pressão, a greve tem uma adesão de 85 por cento, segundo a organização.
Afonso Kileba advertiu que o sindicato poderá ordenar a retirada dos piquetes de greve nesses centros se tais atitudes persistirem.
“O director de Repartição do Município do Cazenga e a directora clínica do Centro de Saúde ´Bono Chapéu´ estão a coagir os profissionais”, acusou Kileba
Os enfermeiros e técnicos de saúde da província de Luanda consumaram hoje a paralisação das suas actividades em protesto contra o incumprimento das suas reivindicações or parte do Governo de Luanda, depois de sucessivos adiamentos, a pedido da entidade patronal.
Kileba anunciou que o Governo da província de Luanda e o Sindicato voltam a reunir-se amanhã, 21, para tentar chegar a um entendimento quanto à suspensão da greve, que decorre em todas as unidades sanitárias da capital angolana.
Negociações e promessas
O sindicalista também revelou que as duas partes estiveram reunidas no fim-de-semana, a pedido da governadora provincial, Ana Paula de Carvalho, num esforço que visou evitar a paralisação, mas sustentou que a comissão negociadora dos enfermeiros não assumiu qualquer compromisso para uma nova moratória.
O sindicalista disse que o encontro de terça-feira pode ser decisivo quanto à continuação ou à suspensão da greve.
A governadora Ana Paula de Carvalho disse, entretanto, que as reivindicações da classe já estão ser satisfeitas pelo que a paralisação já não tem razão de ser.
“Muitos aspectos já estão em curso”, assegurou.
As reivindicações
O caderno reivindicativo dos enfermeiros de Luanda é composto por 14 pontos, entre eles se destacam aumentos salariais, a revisão dos índices salariais, a aprovação do subsídio de horas acrescidas extraordinárias, alimentação, transporte e segurança nas unidades sanitárias e concurso público na ascensão de categorias.
A 18 de Novembro, o sindicato tinha anunciado o início de uma greve interpolada a partir do dia 22 daquele mês para pressionar o Governo a dar resposta às reivindicações dos enfermeiros, entre elas a abertura de concurso público para actualização das categorias e a criação de condições para segurança do local de trabalho devido a um aumento de casos de agressões contra os enfermeiros
Dias depois, o sindicato suspendeu a greve ante a promessa do Governo em responder às suas exigências, o que não aconteceu.