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Angola: Sindicato dos Professores (SINPES) acusa o governo de “ser responsável” por possível fracasso do ano lectivo universitário

O Sindicato dos Professores do Ensino Superior (SINPES) atribuiu esta segunda-feira, 31, toda a responsabilidade ao Ministério da tutela e ao governo pelo iminente fracasso do ano lectivo, devido à greve por tempo indeterminado, retomada há duas semanas. Greve retomada porque govenro não cumpriu o que assinou num memorand de entedimento, diz o sindicato.

Negociações entre Ministério do Ensino Superior e o sindicato voltaram a fracassar na última quinta-feira, 28, por desacordo em relação aos prazos para o cumprimento do memorando de entendimento alcançado em 17 de Novembro de 2021.

O secretário-geral do SINPES, Perez Alberto, disse à VOA, que o fracasso das negociações se devem “à falta de agenda e de vontade política” da ministra, Maria do Rosário Sambo.

“Não tem sequer uma página escrita”, disse o sindicalista tendo assegurado que “a greve vai continuar por tempo indeterminado”.

O governo e o SINPES assinaram um memorando de entendimento e até agora o governo não respeitou nenhum dos compromissos, disse o sindicalista.

Francisco Jacinto, secretário-geral da Central Geral dos Sindicatos Independentes e Livres de Angola (CGSILA) diz que o actual “braço de ferro” entre o Ministério do Ensino Superior e o SINPES, resulta da “arrogância e da vaidade dos negociadores do governo”.

O sindicalista alerta que a greve, por tempo indeterminado, pode prejudicar o desempenho dos professores.

Em declarações à imprensa pública, o secretário de Estado para o Ensino Superior, Eugénio Silva garantiu, entretanto, que “está em curso o processo de tratamento interno para o aumento dos salários, ao nível do Governo”, e que as eleições nas universidades está dependente da publicação dos regulamentos, em Diário da República.

Os professores do ensino superior público retomaram há duas semanas a greve, que haviam suspendido em Novembro do ano passado, por alegados incumprimentos por parte do Governo.

Os aumentos salariais, seguro de saúde, os fundos para investigação científica e as eleições nas unidades orgânicas da universidade públicas são as principais reivindicações da classe.

Das reivindicações do SINPES constam ainda a melhoria das condições de trabalho, infra-estruturas para as instituições de ensino superior, formação dos docentes e trabalhadores não docentes.

 

 

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