A descoberta de um “Fundo de Reconstrução Nacional”, responsável pela transferência por parte da Sonangol de 1,5 mil milhões de dólares para a China a favor do empresário Sam Pa, abre um novo capítulo nas investigações que a PGR está a promover em torno da presença do consórcio chinês CIF em Angola, revela o Expresso.
Ouvido pela PGR, adianta a fonte, o general Hélder Vieira Dias, Kopelipa, antigo chefe da Casa Militar de José Eduardo dos Santos, revelou desconhecer a existência deste fundo e negou ter mantido qualquer vínculo com o CIF.
Com esta nova incursão, a investigação do DNIAP apurou também a existência de uma imobiliária representativa dos interesses de alguns angolanos no CIF, que declarou ter feito investimentos no valor de 689 milhões de dólares que as autoridades desconfiam estar encobertos em transferências feitas pela Sonangol a Sam Pa.
“O Estado iria pagar um investimento privado, depois de já ter pago a obra pública a Guangxi Constrution Internacional, a empresa por si contratada” — esclareceu fonte do Ministério das Finanças. Rejeitado um novo pagamento, as autoridades, no âmbito do processo crime em curso no DNIAP, confiscaram todos os bens do CIF em Angola, avaliados em mais de mil milhões de dólares.
“Podemos estar aqui diante de um crime de burla por defraudação”, explicou ao Expresso o jurista Anastácio Jeremias. Em causa está a incapacidade da parte chinesa apresentar provas documentais da realização do investimento estrangeiro.
Detida em 96% pela parte chinesa, os restantes 4% da Imobiliária foram subscritos pelo antigo director do gabinete jurídico da Sonangol, Fernando Santos, um filho, um sobrinho e um motorista.
Texto do Expresso