Especialistas ouvidos pelo Novo Jornal dizem que não se justifica que, num ano dominado pela Covid-19, SONANGOL gaste cinco milhões de dólares em festas de confraternização e acção social.
O grupo SONANGOL gastou globalmente, em 2020, perto de 336 mil milhões de kwanzas, equivalentes a 560 milhões de dólares, em despesas com salários e outras remunerações dos seus 8.019 funcionários, registando, assim, um aumento de 31% nos custos com o pessoal, face aos 257 mil milhões Kz (430 milhões USD) aplicados para o mesmo fim no exercício financeiro do ano anterior, apesar de ter “cortado” 15 postos de emprego dos 8.034 que obtinha, observou o Novo Jornal o relatório e contas da petrolífera.
No essencial, a SONANGOL justifica, no seu relatório com 238 páginas, que o aumento dos custos com o pessoal se deveu ao “feito da desvalorização cambial do Kwanza face ao dólar” norte-americano.
O documento detalha que, no ano passado, só com ordenados, salários e remunerações adicionais dos trabalhadores, a SONANGOL aplicou 252 mil milhões Kz (419 milhões USD), montante correspondente a 75% da despesa total dos 8.019 trabalhadores.
Já para os encargos com a segurança social e benefícios pós-emprego, a petrolífera nacional injectou 70 mil milhões Kz (116 milhões de dólares), enquanto nos encargos com seguros, gastos com formação e serviços extraordinários dos trabalhadores, foram aplicados mais de sete mil milhões Kz, ou seja, 12 milhões USD.