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Angola: “Sukkoi”angolanos nos ceús de Kinshasa

Na semana que agora finda dois caças ” Sukkoi 30″ da Força Aérea Nacional de Angola realizaram uma demonstração nos céus de Kinshasa.

Neste momento, nenhum pais desta região tem capacidade logística de fazer manobras e/ou exercícios militares, por causa do deficiente serviço nacional de saúde pública.

Mas pode-se fazer uma singela manobra como esta que acabamos de ver em que se movimentou em antecipado um aparato de apoio de placa (um AN-72 avião de transporte e um Augusta AW-139 (helicóptero) e no Dia D os dois SU-30 que sobrevoaram os céus da capital congolesa.
Nesta região do continente, somos os únicos a possuir este tipo de vector aéreo, o que pressupõe supremacia aérea.

É um acontecimento que pode ser considerado normal no âmbito do reforço das relações entre os dois Estados e o aumento da sensação de segurança e da auto estima dos povos cuja vizinhança foi marcada por visões e práticas desavindas no passado. Recentemente, as seleções de futebol dos dois países competiram nas duas capitais para a Taça Africana das Nações, em cujo rescaldo se registou a visita do presidente da RDC Félix Tshisekedi à Luanda, onde reuniu com o seu homólogo João Lourenço. Um conflito de baixa intensidade, envolvendo várias facções guerrilheiras tende a perpertuar-se no Leste da RDC e o seu exército tem sido incapaz de eliminar a rebelião.

Quanto ao exercício em si podemos caractetiza-lo como uma demonstração aérea no país vizinho. Foi notório que por razões de urgência estritamente políticas, a sua preparação foi em cima do joelho. Com que objectivo? Seguramente o de lançar uma mensagem dissuadora para “alguém” não muito distante.

Cremos que, igualmente, por razões criadas pela pandemia não foi possível envolver no planejamento uma participação de efectivos mais numerosa de outros ramos no evento, o que a tornaria uma manobra conjunta. Assim, em termos de táctica operacional empregue não teve qualquer relevância excepcional, por não ter sido complementado com exercícios coordenados de lançamento de paraquedistas, bem como o desembarque e progressão de forças especiais a partir de plataformas de asa móvel (helicópteros), logística e serviços de saúde. Ali sim, seria testado o nível da coesão e da coordenação do comando único de ambas forças.

O Sukkoi Su-30 MK2 fabricado na Russia é um caça multi-funções de elevada manobrabilidade muito temido noutras latitudes, chamado de ” Flanker” na designação da OTAN. Foram fabricados inicialmente para a China, mas posteriormente vários países o adquiriram, caso mais comentado foi o da Venezuela que equipou a sua força aérea com este tipo de aeronave de combate para fazer face a uma suposta invasão americana. Não é conhecido o efectivo existente em Angola.

Contudo, estas características não lhe retiram inépcia se tivermos em conta a relação o custo de operação versus eficácia na busca e eliminação de bolsas de guerrilheiros nos cenários das impenetráveis florestas tropicais africanas onde os insurgentes se encontram estão misturados com a população civil nas comunidades.

O Su-30 MK2 tem capacidade para cobertura do espaço aéreo contra ameaças de penetração de meios hostis e eventualmente realizar contra-golpes de caracter preventivo ou de retaliação.

Vivemos uma época em que os conflitos militares regulares de envergadura entre os Estados africanos foram riscados da agenda.

O recente exercício militar nos céus de Kinshasa envolvendo vectores de combate da Força Aérea Nacional de Angola, nomeadamente dois Sukkoi-30 MK2 e outros parcos meios, representou definitivamente uma mensagem para “alguém”.

 

Jaime Azulay

FreeMind FreeWorld.Org

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