A taxa de desemprego em Angola reduziu 0,1 por cento, no primeiro trimestre deste ano de 2021, num período em que a população economicamente activa cresceu 5%, informou hoje, em Luanda, o ministro da Economia e Planeamento, Sérgio Santos.
Para esse governante, que falava na “Quinta Avaliação do Fundo Monetário Internacional ao Programa de Assistência Ampliada – EFF”, isso se traduz numa situação líquida ainda desconfortável, que deverá ser alterada com políticas activas, desenhadas pelo Executivo e o banco central para promover o emprego.
“As políticas de empregabilidade devem acompanhar o crescimento da população economicamente activa, por formas a dar resposta às situações líquidas do emprego no país”, salientou o gestor público.
De acordo com o ministro, os níveis de desempregos reportados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em Maio deste ano, não são favoráveis para a economia do país, por estarem ainda na ordem dos 30,5%.
Esta estatística do INE, prosseguiu, não demonstra que houve um grande decréscimo do desemprego, “pelo contrário quando se lê o relatório se percebe que o que está a acontecer no mercado do trabalho não é tanto uma redução do desemprego, mas sim uma resiliência da actividade económica”.
Em comparação com o quarto trimestre de 2020, disse que o país tinha taxas de desemprego de 30,6%, ocorrendo uma variação pequena de 0,1, no primeiro trimestre deste ano, o que dá a entender que houve uma estagnação no mercado de trabalho.
Justificou que o facto se deveu também ao abrandamento da actividade económica por conta da pandemia da Covid-19, que assola o mundo desde Dezembro de 2019.
Segundo o ministro, quando se trata do desemprego tem que se ter em atenção a situação líquida do emprego, tendo em conta a evolução da população economicamente activa num dado período, e no caso em referência foi de expansão.
Neste contexto, acrescentou, o sector da agricultura é o que mais emprega e está a receber do Estado apoios através do PRODESI, para financiar a actividade económica e não só, no investimento de expansão, mas também para suportar a sua própria actividade económica.
Sérgio Santos revelou que em cada 10 projectos submetidos no PRODESDI e apresentados aos 24 Bancos, seis foram aceites e aprovados, perfazendo um total 787 projectos financiados, que faz um montante de cerca 650 mil milhões de kwanzas.
Avançou que se está a implementar uma dinâmica contínua e célere com os programas integrados de apoio à agricultura familiar e pescas, comércio rural e mais apoios às empresas para dar robustez ao sector do emprego.
Para o ministro da Economia e Planeamento, o comportamento do sector petrolífero é o principal elo na cadeia da actividade produtiva para a contracção do Produto Interno Bruto (PIB) global de Angola.
“É natural que se registe por agora um abrandamento nos níveis de desemprego com o crescimento do sector não petrolífero. Nos últimos tempos em que se regista esta contracção, o sector não petrolífero tem estado a crescer e é este sector que emprega maior número trabalhador”, finalizou Sérgio Santos.