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“Angola tem uma média anual de 60.000 novos casos de tuberculose” – Governo

Angola registou uma média anual de 60.000 novos casos de tuberculose, nos últimos três anos, mas as autoridades admitem que as taxas sejam maiores devido aos casos que não chegam às unidades hospitalares, disse hoje fonte oficial.

O coordenador do Programa Nacional de Controlo da Tuberculose em Angola, Ambrósio Disadidi, disse hoje que a atual situação da doença no país “é preocupante” pelo facto de os novos casos diagnosticados atingirem entre 10% e 12% de crianças menores de 14 anos.

Segundo o responsável, que falava à margem do ato central do Dia Mundial da Tuberculose, que se celebra hoje, as novas infeções em Angola, sobretudo nos últimos três anos, estão a volta de 60.000 casos/ano.

Mas, salientou, “este é apenas a parte visível do iceberg, porque há casos que não são diagnosticados, que não aparecem nos hospitais”.

“Em relação às mortes, dizer que todo o paciente de tuberculose não morre no hospital, há casos que morrem fora, mas dos que morrem nos hospitais, por exemplo, no primeiro trimestre de 2021 tivemos 5,3% de mortes, quer dizer que em 100 pacientes morreram cinco”, explicou aos jornalistas.

Benguela, Namibe, Bengo, Cuando-Cubango, Moxico, Cuanza Norte e Cabinda são as províncias angolanas que registam maiores taxas da doença, que constitui um problema de saúde pública no país.

“A tuberculose atinge não somente adultos, mas também crianças, mas é preciso treinamento para diagnosticar (…). No país, a percentagem de crianças com tuberculose varia entre 10% e 12% dos casos diagnosticados em menores de 14 anos”, notou.

“É uma preocupação porque a criança com tuberculose pode transmitir a outra criança”, referiu Ambrósio Disadidi.

A taxa de abandono do tratamento da doença, “antes de 2018, era de 26%, depois passamos para 14% e neste momento estamos a volta de 10% é muito elevado”, frisou.

O responsável, que procedeu à apresentação do quadro da tuberculose em Angola, fez saber que, em 2019, o país registou 76.782 novos casos, em 2020 foram 64.782 novos casos e, no ano passado, foram identificados 63.970 novos casos.

Angola conta atualmente com 13 sanatórios, dispensários anti-tuberculose, unidades de diagnóstico e tratamento e unidades de tratamento e serviços de atendimento da tuberculose em 155 dos 156 municípios do país.

Os hospitais, “que não eram sanatórios, agora atendem tuberculose, por exemplo, em Luanda, o Hospital Geral de Luanda, Américo Boavida, Josina Machel, Hospital Pediátrico e até municipais” já atendem casos de tuberculose, avançou.

A cerimónia, que decorreu no Complexo Hospitalar de Doenças Cardiopulmonares Dom Alexandre Cardeal do Nascimento, em Luanda, foi presidido pelo secretário de Estado para a Área Hospitalar, Leonardo Inocêncio Europeu.

Angola “aderiu à estratégia mundial de pôr fim à tuberculose e tem cumprido e continuará a cumprir com o compromisso para acabar com a tuberculose”, afirmou o governante, na sua intervenção.

A contínua expansão dos serviços de tuberculose, o seguimento do paciente, para reduzir a taxa de abandono do tratamento e o reforço das parcerias institucionais e com os parceiros foram apontados como alguns dos desafios do setor.

 

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