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Angola: Trabalhadores da empresa de “distribuição de eletricidade” ameaçam com greve no fim do mês

Os trabalhadores da Empresa Pública de Produção de Eletricidade (Prodel) angolana ameaçaram hoje avançar com uma greve no final deste mês, caso os salários de março não sejam ajustados na ordem dos 19,2%, conforme acordado em 2021.

A pretensão da greve foi transmitida pelo coordenador da comissão conjunta representativa dos trabalhadores da Prodel, Fernando Pedrão Romão, que criticou a diferença “abismal” dos salários entre gestores e técnicos da empresa.

“O que a gente está a pedir não é aumento salarial, mas sim um equilíbrio entre os gestores e os técnicos, há uma diferença abismal em termos de salários, só no último grau de responsável na nossa empresa o salário pode pagar um técnico médio e superior e ainda restam 30.000 kwanzas [56 euros]”, afirmou em declarações à Lusa.

Segundo o líder sindical, o aumento da massa salarial na ordem dos 19,2% foi acordado com o patronato em “reunião conjunta e consensual” de 20 de dezembro de 2021, mas em reunião de 24 de fevereiro passado o conselho de administração “não reconheceu o acordo”.

“Mas, em contrapartida, vimos que o conselho de administração está a fugir a assumir as responsabilidades que acordou. Foi ele que assumiu que iria cumprir, nem que fosse com retroativos, e também podia ultrapassar as nossas expectativas em relação à tabela salarial”, salientou.

A atual postura da entidade patronal, realçou Fernando Pedrão Romão, está a deixar os trabalhadores da Prodel “completamente desgastados e revoltados”.

“Estamos a aguardar o salário do mês de março e caso não se venha efetivar, conforme os acordos, vamos convocar uma assembleia de trabalhadores para então a decisão da declaração da greve neste mês de março”, disse.

O sindicalista realça que a pretensão da greve “é séria” e tudo depende do patronato: “Desta vez já não haverá contemplações, temos vindo a negociar há bastante tempo e, na verdade, estamos cansados e não temos mais moral para negociar”.

“Estamos preparados para a greve com o lema ‘quem tentar recuar pega a corda e se pendura’, por isso o assunto é sério e já temos outra alternativa porque o patronato aceitou em ata partindo de base com um aumento na ordem de 19,2%”, atirou.

Fernando Pedrão Romão denunciou ainda que a entidade patronal “não paga horas extras” e “inverte-as em folga violando a Lei Geral do Trabalho”.

A reivindicação dos trabalhadores da empresa pública angolana de distribuição de eletricidade, referiu o sindicalista, já foi remetida ao Presidente angolano, João Lourenço, ao gabinete do ministro da Energia e Águas, ao conselho de administração da empresa, aos sindicatos, ao parlamento angolano e à Provedoria de Justiça.

 

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