Trabalhadores da Empresa Pública de Águas de Luanda (EPAL) decidiram suspender a greve, por 30 dias, fruto da abertura do empregador em atender às reivindicações e devido aos efeitos colaterais da paralisação aos consumidores, foi hoje anunciado.
A greve dos trabalhadores ligados às áreas de produção, captação, tratamento e distribuição de água na capital angolana iniciou-se na passada quinta-feira e foi suspensa no final da tarde de sexta-feira.
Hoje, em entrevista à Lusa, o primeiro secretário sindical da EPAL, António Martins, disse que a abertura da entidade patronal e a carência de água em muitos bairros de Luanda contribuiu para a suspensão da greve por um período de 30 dias.
“Suspendemos sim a greve, na sexta-feira ao fim da tarde, em função de termos estado reunidos em concertação sobre algumas situações que se desenvolveram ao longo da greve, primeiro a abertura da entidade patronal e uma situação que começou a incomodar os trabalhadores que era a falta de água em muitos bairros de Luanda”, disse António Martins.
O pagamento regular dos salários, melhores condições laborais, assistência médica e medicamentosa, seguro obrigatório contra acidentes de trabalho e doenças profissionais são algumas das reivindicações dos técnicos da EPAL.
Segundo o sindicalista, as negociações continuam na quinta-feira e o ministro da Energia e Águas “assumiu e orientou” o conselho de administração a “implementar de forma direta” os subsídios de reforma e o seguro obrigatório contra acidentes de trabalho.
Quanto à situação dos salários, o conselho de administração da empresa pública “comprometeu-se em pagar no último dia de cada mês”, então, frisou o líder sindical, “há uma certa abertura, não obstante da confiança ainda estar quebrada”.
“Por isso é que os trabalhadores deram uma moratória de 30 dias, tudo dependente da atuação do empregador e caso não haja sinais de comprometimento, os trabalhadores poderão paralisar no termo deste prazo”, concluiu António Martins.