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Angola: Trabalhadores da Unidade Técnica de Gestão do Saneamento de Luanda em greve por “tempo indeterminado”

Mais de 100 funcionários da Unidade Técnica de Gestão do Saneamento de Luanda (UTGSL), empresa afecta ao Governo Provincial de Luanda, estão em greve desde o dia 03 deste mês, e por tempo indeterminado, para exigirem da entidade patronal aumento salarial e melhorias de condições laborais, entre várias outras reivindicações, soube o Novo Jornal junto dos trabalhadores.

Os funcionários decidiram paralisar os trabalhos por não verem, por porte da entidade patronal, interesse em resolver os problemas que, segundo contam, já duram há mais de cinco anos.

A Unidade Técnica de Gestão do Saneamento de Luanda é a empresa do GPL encarregada de limpar as valas, esgotos e fossas das instituições públicas, bem como elaborar e implementar projectos de macro-drenagem na capital.

Ao Novo Jornal, alguns trabalhadores disseram que realizam os serviços sem as mínimas condições para a vida humana.

Alberto Sebastião, o secretário da comissão sindical dos trabalhadores da UTGSL, disse que a direcção da empresa tem vindo a descurar, há vários anos, os direitos dos trabalhadores.

“Trabalhamos há anos sem condições laborais. Não há alimentação, transporte, seguro de saúde e pagamento de horas extra. Trabalhamos aos fins-de-semana e feriados e não somos compensados”, explicou.

O sindicalista assegura que a Unidade Técnica de Gestão do Saneamento de Luanda viola muitas das vezes a Lei Geral do Trabalho e desrespeita os funcionários.

“Não temos transportes que recolham o pessoal até aos seus postos de trabalho. Fazemos isso a pé ou com o nosso dinheiro de táxi. No final do mês não temos o direito a subsídio de transporte”, disse.

Segundo Alberto Sebastião, o líder sindical, a direcção da empresa comprou recentemente viaturas novas para o pessoal administrativo e não considerou as reclamações da classe operária.

“Compraram-se vários Land Cruiser, V8, Nissan Patrol e Suzuki Jimny para os chefes de departamento e directores, mas não se comprou nenhuma viatura para servir de apoio ao pessoal que entra na vala, nos esgotos, que limpa as fossas e recolhe o lixo”, desabafou.

Conforme o sindicalista, a direcção da empresa não se tem mostrado aberta ao diálogo para se pôr fim à situação.

Entretanto, alguns funcionários contaram que trabalham em valas ao ar livre sem equipamentos e com máquinas pesadas como se de primitivos se tratassem.

“Já fizemos várias reclamações, mas ninguém escuta”, contaram os grevistas.

Sobre o assunto, o Novo Jornal tentou ouvir esclarecimento da direcção da Unidade Técnica de Gestão de Saneamento de Luanda, mas esta instituição não se mostrou disponível para o efeito.

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