Transparência eleitoral é o que o MPLA leva a debate para a próxima sessão do Parlamento angolano, com a bancada maioritária a dizer que o objectivo é levar para o sítio certo discussões que a oposição gosta de fazer na praça pública. MPLA diz que Parlamento é o lugar para discutir o tema e não nas ruas e UNITA fala em cinismo.
A oposição fala em cinismo do partido no poder ao discutir um assunto do qual ele é o responsável.
O debate acontece no próximo dia 21 na Assembleia Nacional e o deputado do MPLA João Pinto entende que há necessidade dos políticos opositores deixarem de pôr em causa a credibilidade das instituições estatais.
“O discurso permanente de desacreditação das instituições do Estado, as permanentes suspeições aos órgãos que compõem o Estado não ajuda a democracia, então o debate vem para trazer estas discussões para o Parlamento que é o sitio apropriado, o centro da política plural”, sustenta um dos vice-presidentes do grupo parlamentar maioritário.
A UNITA, por via do seu deputado Joaquim Nafoia, diz que iniciativa é mais um daqueles actos que caracteriza de cinismo politico.
“É um cinismo político sem precedente deste partido, uma espécie de tentativa de lançar isca para a oposição cair, nós é que temos de nos acautelar para durante o debate não municiar o MPLA de elementos sobre esta matéria, para depois o próprio MPLA usar em seu proveito”, afirma Nafoia.
Alexandre Sebastião André, líder do grupo parlamentar pela CASA-CE, entende ser um acto de muita coragem do MPLA trazer um assunto que se fosse de iniciativa de outrem não era possível.
“Acredito que se a iniciativa partisse da oposição, da CASA-CE por exemplo, não seria aceite, no entanto considero um acto de coragem serem eles próprios a tirarem a tampa da panela para as coisas ferverem, não sei se estarão preparados para ouvirem o que a oposição pensa deste assunto porque em termos de transparência deve ser a partir da base até ao topo”, diz André.
Ao anunciar o debate, o MPLA disse que pretende fazer uma análise “séria e responsável” da questão, sem criar nervosismo na oposição e em alguns sectores da sociedade civil que continuam a basear-se na narrativa de possíveis fraudes nas urnas.