O maior partido na oposição em Angola continua em frente das intenções de votos, caso as eleições fossem realizadas no próximo fim- de-semana.
De acordo com os dados apurados pela AngoBarómetro numa amostra de 1632 respondentes de um inquérito online, realizado na semana de 1 a 9 de Agosto do ano corrente, a UNITA obteria 58,17% de votos, o partido maioritário MPLA teria ainda a confiança de 35,17 % de eleitores enquanto o PRS ficaria com 3,10% e a CASA-CE com 3,56%.
“Com este resultado, a UNITA distancia-se actualmente do partido maioritário em 23 pontos percentuais, um ano antes das previstas eleições gerais em Angola”.
Os resultados apurados refletem a percepção dos inquiridos quanto à alternância política em 2022. Dos 1632 respondentes, 73,04% dizem acreditar na mudança em 2022, enquanto apenas 21,57 % não acreditam na alternância e 5,39 % não expressaram uma opinião.
“Comparando os actuais dados com as avaliações efectuadas em Fevereiro último, a UNITA melhorou em 8 pontos percentuais enquanto o MPLA perdeu 2 pontos percentuais. Os respondentes do inquérito sancionaram de forma drástica a CASA-CE que perdeu quase 50% das intenções de votos em relação aos dados de Fevereiro e o PRS sofreu ligeiras alterações percentuais, passando de 3,53% em Fevereiro para 3,10% em Agosto de 2021”.
As destituições de Abel Chivukuvuku e de André Mendes de Carvalho na liderança da agremiação assim como a suspensão do Bloco Democrático terão enfraquecido a posição da CASA-CE que perdeu as suas figuras emblemáticas.
A FNLA, um dos partidos históricos, já não estaria representada na Assembleia Nacional caso o pleito se realizasse neste fim-de-semana, sendo este resultado reflexo da crise permanente que assola esta agremiação, liderada por Lucas Ngonda.
PROJECTOS POLITICOS UPA E ARDA OS MAIS CONHECIDOS EM ANGOLA
Dos inquiridos, procurou-se igualmente saber o grau de interesse/conhecimento do cidadão relativo as ComissõesInstaladoras de jectos políticos pendentes no Tribunal Constitucional (TC) à espera de aprovação final, nomeadamente:
- ARDA – Acção para o Reforço da Democracia em Angola
- UPA – União dos Povos de Angola
- DNEA – Democracia Nacional e Equilibrio dos Angolanos
- NJANGO – Partido Nacionalista para a Justiça em Angola
- PHA – Partido Humanista de Angola
De acordo com os votos escrutinados, tanto a UPA assim como a ARDA, conquistaram para si os dois lugares cimeiros da contenda, repartindo entre si 75% das intenções de votos, nomeadamente UPA 38,40% e ARDA 36,60%.
Da análise feita, constata-se que o Partido UPA – União dos Povos de Angola, terá alcançado maior nível de popularidade junto dos votantes pelo facto de ser portador de uma sigla histórica da luta de libertação nacional, o que poderá ter confundido os participantes.
Por seu turno a ARDA – Acção para o Reforço da Democracia em Angola, terá devido seu nível de aceitação na diáspora bem como de uma parcela do possível eleitorado em Luanda.
As posições seguintes foram imeditamente ocupadas por NJANGO(14,30%), DNEA(8,50%) e PHA(2,20%), respectivamente.
Política económica e social
A equipa de pesquisadores inquiriu ainda sobre a política económica e social do Executivo, colocando três possíveis respostas. Do universo de respostas recebidas, 10 % consideram-na assertiva pelas reformas iniciadas enquanto 81% diz ser desastrosa pelo mesmo motivo e 9% sem opinião. Esta percepção é ainda reforçada pela avaliação negativa feita à equipa económica do Executivo, cujo desempenho é classificado de medíocre por 82,93 % dos inquiridos.
Em termos comparativos com o inquérito a que vimos fazer referência, constata-se que uma esmagadora maioria de 84% já não acredita nas acções do Executivo para melhorar a vida económica e social dos angolanos e apenas 12% considera o MPLA como partido com melhores propostas para a resolução da actual situação.
Da análise feita pelos pesquisadores do AngoBarómetro, o MPLA teria sido sancionado devido à sua política económica e social considerada desastrosa por 81% dos inquiridos, enquanto a UNITA é tida como a agremiação política com melhores propostas para resolver a actual situação económica e social do País. Este desenvolvimento poderá estar consubstanciado no facto de muitos participantes terem feito recurso ao chamado voto de protesto, pelas más condições económicas e sociais da maioria da população.
Participação a nível nacional e diáspora
Contrariamente aos inquéritos anteriores, a equipa inquiriu a região de residência dos participantes para se apurar diferentes parâmetros, tais como acessibilidade à internet, nível de sensibilização política, nível da participação cidadã e dimensão da praça política – entre outros.
A região de Luanda e sua periferia confirma-se como a praça política de maior importância, cujos residentes são mais participativos e críticos em relação ao Executivo.
REGIÃO DE RESIDÊNCIA
Participaram do inquérito 1632 cidadãos entre os 18 a mais de 56 anos de idade, dos quais 93% de sexo masculino e 7% de sexo feminino.
A faixa etária dos 26 a 35 anos teve uma participação de 33,99%, seguida da faixa de 36 a 45 anos com 29,06%, a dos 56 ou mais ficou em terceiro lugar com 17,73% em termos de participação, a dos 46 a 55 anos teve uma taxa de participação de 13,30%, estando a faixa dos jovens entre 18 a 25 anos com apenas 5,91%.
De ressaltar que um inquérito de opinião ou sondagem é apenas uma fotografia instantânea e tudo poderá evoluir para positivo ou negativo nas próximas avaliações.
A equipa AngoBarómetro