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Angola: UNITA defende registo eleitoral independente

O maior partido da oposição angolana quer a realização de um novo registo eleitoral antes das eleições autárquicas, adiadas este ano. Analista defende que proposta é viável.

A não convocação das eleições autárquicas em Angola, por parte do Governo, está a deixar a União Nacional para a Independêncial Total de Angola (UNITA) desconfiada. Por isso, o maior partido da oposição angolana está a defender um novo registo eleitoral e independente.

O objetivo da UNITA é garantir lisura nas primeiras eleições autárquicas, ainda sem data. Durante um encontro de militantes do partido, em Ndalatando, no último fim de semana, o secretário-geral do partido, Álvaro Daniel Tchikwamanga, instou os militantes a se empenharem na realizão das primeiras eleições autárquicas de Angola.

“Estamos aqui para nos galvanizarmos para uma empreitada, a empreitada das eleições autárquicas e que são já para daqui alguns meses. Vamos continuar a trabalhar para as autarquias”, declarou.

Questionado sobre a viabilidade da realização de um novo registo eleitoral independente em Angola antes das autárquicas, o analista político Stancher Henriques demonstrou apoio à proposta da UNITA.

“A UNITA como um partido da oposição faz sentido. Deviam mesmo é atualizar o software no que concerne ao problema do registo eleitoral. A CNE [Comissão Nacional de Eleições] é um órgão independente. Sendo este um órgão independente devia ser muito mais credível, mas não é o que se vê na realidade”, critica.

O analista diz estar de acordo com a exigência da UNITA. “Sendo a CNE o órgão responsável pelas eleições em Angola – e muitos dirigentes pertencem ao partido no poder – é suscetível. Estou de acordo com a UNITA, porque as nossas eleições em Angola nunca foram muito credíveis. As instituições ainda estão coladas no poder político”, disse.

Críticas à repressão policial

O secretário-geral da UNITA também criticou a repressão policial nas manifestações anti-Governo que tem decorrido em todo país.

“Enquanto eles nos batem, porque nos manifestamos, porque apoiamos os jovens que se manifestam, nós temos ido lá como cidadãos. Defendamos os nossos direitos. Os nossos direitos são uma conquista e não são uma dádiva”, sublinhou Daniel Tchikwamanga.

Face à crise sócio-política que o país vive, Daniel Tchikwamanga afirmou que o seu partido defende um diálogo profundo devido aos vários cenários de intolerância política no país.

“O debate político tem de ser aprofundado e a UNITA tem estado apelar para o diálogo, mas um diálogo participativo, com toda gente”, disse.

“Mas também participam outras forças políticas, fundamentalmente a sociedade civil, com destaque à Igreja, que tem desempenhado um papel muito importante para reconciliação dos povos”, acrescentou.

DW África 

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