Angolanas e angolanos, Saídos de um feriado nacional, comemorativo de uma “alegada” batalha militar ocorrida em 1987, no quadro da guerra fria, no contexto do mundo bipolar; a situação política do nosso País é, ainda hoje, infelizmente, caracterizada pelo recrudescimento dos mesmos atentados à Paz e ao Estado de Direito Democrático, o que constitui um assinalável recuo na construção de uma pátria unida e para todos.
Há cerca de trinta anos, em 1991, e na sequência da frustração dos planos hegemónicos para destruir a UNITA, pela primeira vez ruíram em Angola os alicerces do regime marxista instaurado pelo MPLA em 11 de Novembro 1975.
A exclusão política e o mono partidarismo foram, no plano constitucional, abolidos.
A igualdade política dos angolanos perante a Constituição e a lei, o direito de participar da vida pública, de aderir a um partido político e em torno do seu projecto de sociedade concorrer para o exercício do poder político passaram a ser direitos fundamentais.
Com efeito, todos os direitos e liberdades que haviam sido negados aos angolanos, pela ideologia marxista-leninista, que causou a guerra entre irmãos, foram resgatados. Aliás, foi esse facto político transcendental que conduziu o País à assinatura dos Acordos de Paz, em 1991, e à consagração constitucional do Estado de Direito Democrático em Angola em 1992.
Hoje, trinta anos depois dos Acordos de Bicesse, os Angolanos constatam que o Partido Estado continua a manifestar a mesma natureza divisionista, antipatriótica, corporativa, corrupta e corruptora.
Melhor precisando, a prática de monopolizar e utilizar os espaços e bens públicos para benefício do partido estado e seus agentes corruptos bem como para diabolizar e inviabilizar a acção dos seus principais adversários políticos contínua na ordem do dia, subvertendo a ordem jurídico-constitucional instituída.
Assim, em pleno ano pré-eleitoral os órgãos de comunicação social do Estado, pagos com os dinheiros de todos nós, foram instruídos e elegeram o Presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior como o alvo a abater. Para o efeito usam «bocas de aluguer», financiadas com dinheiros públicos com os quais ousam comprar a falsificação de provas, num claro expediente fraudulento e criminoso para sustentar as suas infames e miseráveis acusações.
É coisa para dizer que o clientelismo e a estupidez humana se substituíram ao pensamento racional.
Miseravelmente, os órgãos de comunicação social do Estado com honras e repetição em múltiplos programas da TPA, TVZimbo e RNA, inclusive com direito a tradução em línguas nacionais destilam o fel dos seus mandantes contra o Presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, através de inverdades, tratamento aleivoso e devassa pública da sua vida privada, ao mesmo tempo que se lhe nega o contraditório, em clara violação à Lei.
Atacar o Presidente da UNITA é o mesmo que atacar a UNITA.
Felizmente, para sobrevivência de Angola e de suas instituições, é percepção geral dos angolanos que o regime oligárquico que capturou o Estado para roubar Angola e empobrecer os angolanos, após sinais de regeneração em 2017, está, hoje, em decadência, desorientado e com medo da alternância.
“Quando o povo teme um governo surge a tirania e quando um governo teme o povo surge a liberdade”.
Aqueles que nos dirigem e administram Angola desde a independência nacional, têm, hoje, muito medo do seu próprio povo.
Os angolanos estão convictos que o regime actual chegou ao seu fim e já não tem soluções para os graves problemas do país, nem já para a recolha do lixo em Luanda tem solução.
Promover a difamação e o assassinato de carácter dos promotores da mudança são actos de claro desespero que não dignificam a democracia, contudo não vão impedir a alternância democrática em 2022.
Pois que a mudança de regime não é obra de um homem nem de um só Partido Político. É obra de todo um povo que decidiu dizer “Basta” e que não se deixará desviar com manobras corruptoras, toscas e inábeis de última hora!
Mudar as práticas actuais de direcção do país torna-se, assim, um dever patriótico e um imperativo da paz e da estabilidade sociais.
O regime bateu no fundo ao pretender escolher as lideranças dos partidos políticos concorrentes e por via de ilegalidades buscar impedimentos, fugir ao debate e atentar contra à coesão nacional.
A UNITA advoga uma mudança pacífica e inclusiva, feita por via eleitoral, nos marcos da Constituição e da lei.
Ela deve ser feita com sentido de Estado e sentido patriótico.
A mudança que a UNITA preconiza não é vingativa nem incriminatória. É, sim, inclusiva, reconciliadora e vai beneficiar a todos, porque a Pátria pertence a todos os seus filhos.
A UNITA considera que o país constrói-se com tolerância, não com revanchismos e incriminações gratuitas. Constrói-se com inclusão, não com exclusão.
O país constrói-se com grandeza moral, elevação e sabedoria ancestral, pensando nas próximas gerações, e não nas próximas eleições.
Vale aqui lembrar que a paz conquistada acumulou mais-valia que estão a ser destruídas por interesses inconfessos e contrários aos do ESTADO.
A UNITA, fiel aos ensinamentos da sua história, elegeu por voto livre, secreto e consciente, no XIII Congresso, Adalberto Costa Júnior para seu Presidente.
Assim os membros, simpatizantes e amigos da UNITA reafirmam e garantem o seu apoio INCONDICIONAL à sua liderança e o encoraja a manter-se firme perante os desafios presentes e futuros, rumo à ALTERNANCIA DO PODER POLÍTICO PARA UMA ANGOLA VERDADEIRAMENTE INCLUSIVA E PARA TODOS OS SEUS FILHOS.
Finalmente, a UNITA exorta os angolanos a serem resilientes e perspicazes prosseguindo com tolerância e determinação na luta pela afirmação de um Estado de Direito Democrático em Angola.
Luanda, 24 de Março de 2021
O Secretariado Executivo do Comité Permanente da UNITA