A UNITA, maior partido da oposição angolana, quer criar “uma ampla frente” para derrotar o partido do poder, MPLA, nas eleições gerais de 2022 e designou 2021 como “ano de mobilização dos patriotas para a alternância do poder”, avança a LUSA.
Esta “necessidade estratégica” foi hoje analisada na III Reunião Ordinária do Comité Permanente da Comissão Política do partido, orientada pelo seu presidente, Adalberto Costa Júnior, segundo um comunicado da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA).
Os dirigentes da UNITA mostram-se também preocupados com “a deterioração das garantias do Estado democrático de direito”, devido à indefinição do calendário para implementação das autarquias locais em Angola, que estavam previstas para 2020.
Reforçam, por isso, o apelo ao executivo para que crie para implementar as autarquias em 2021 e em simultâneo em todos os municípios.
“A falta de disponibilidade do titular do poder executivo para as reformas do Estado exprime a vontade do atual regime em manter reféns as instituições do Estado para benefício exclusivo do Partido-Estado e prejuízos para a maioria dos angolanos”, refere o comunicado.
Além de criticar a contratação pública por ajuste direto, prática que desacredita a luta do Presidente João Lourenço contra a corrupção, o Comité Permanente manifesta-se “inquieto” com o envolvimento de alguns membros de tribunais superiores em “atos que conflituam com a lei, o que fragiliza sobremaneira o sistema de justiça”.
Foram também abordados assuntos como a pandemia de covid-19, com o Comité Permanente a “exortar o executivo angolano a garantir para Angola uma vacina segura e eficaz”, e a prolongada estiagem que está a afetar a época agrícola, “o que pode agravar a fome e a pobreza no seio das famílias angolanas”.