A UNITA reafirmou hoje as suas críticas aos media estatais e na esfera pública por ignorarem suas actividades político-partidárias e de ignorarem a agenda do seu candidato à liderança no XIII Congresso Ordinário que terá lugar de 2 a 4 de Dezembro, numa clara “violação da Constituição”.
Em comunicado emitido pelo seu Secretariado Executivo do Comité Permanente da Comissão Política, o maior partido da oposição vem a público reiterar a sua “condenação veemente” à forma como os órgãos de comunicação social estatais ignoram este partido, dando como exemplo a recente “extensa cobertura” feita à deslocação de Rui Galhardo, um desconhecido militante “sem qualquer vínculo neste momento ao partido” à PGR para se inteirar de um processo onde este acusa Adalberto Costa Júnior de estar ligado a uma alegada tentativa de assassinato no Uíge.
Recorde-se que a deslocação de Galhardo à PGR, no final da passada semana, foi por este justificada para se inteirar do andamento de um processo que, ao Novo Jornal, a PGR tinha garantido, a 19 de Outubro, ter sido arquivado por não terem sido encontrados indícios que justificassem a sua continuidade, por não ter “pernas para andar”.
Apesar desta informação oficial veiculada pela PGR, através do seu porta-voz, Rui Galhardo, que recusou o facto de o seu processo estar arquivado, deslocou-se à PGR para averiguações, acompanhado dos media estatais que lhe proporcionaram uma cobertura abrangente.
E foi essa densa cobertura mediática por parte dos canais sob influência directa do Estado ou estatais a um caso que a PGR já apontara como inexistente que levou a UNITA a vir agora criticar ao comparar essa mesma cobertura com a ausência desses mesmos media no acto de lançamento da campanha do candidato a líder do segundo maior partido angolano no conclave de Dezembro.
Neste comunicado, a UNITA garante que “neste preciso momento”, Rui Galhardo “não tem nenhum vínculo de militância” com o partido e “não exerce nenhuma função directiva na UNITA e não está incorporado em nenhum Comité da UNITA, pelo que, quando ele fala, fá-lo como cidadão”.
O partido do “Galo Negro” sublinha que a “censura dos meios públicos” às suas actividades “é uma clara violação à Constituição da República e à lei angolanas” porque, dessa forma, “colocam-se instituições do Estado a lesar o interesse público por estarem ao serviço do partido que governa”.