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Angola: Vários momentos do “novo” paradigma lourencista

Um editorial foi lido na TPA com pompa e circunstância e versava, em resumo, sobre alegadas ingerências, sobretudo da imprensa portuguesa, nos assuntos internos de Angola.

O conteúdo vertido no mencionado editorial, de uma dureza inaudita… deixou dúvidas em muitas pessoas a respeito da motivação.

Justamente, porque o que lhe deu origem (aparentemente…) terá sido uma matéria emitida pela TVI, que apontava o envolvimento do ministro angolano da Energia e Águas em supostos casos  de branqueamento de capitais em Portugal.

Desde logo, o teor do editorial surpreende pela contradição porque aquando do “caso Luanda Leaks” (2020), a mesma TPA adoptou uma postura oposta da que agora revela. Sobretudo, revela uma dualidade de critérios em matérias como a corrupção e o branqueamento de capitais em Portugal e Angola.

“Outro momento (dos vários…) momentos do novo paradigma verificados na semana passada foi a recepção no Palácio da Cidade Alta de uma delegação de pessoas portadoras de albinismo e uma mensagem do Presidente da República a um albino em particular. É requerido ao Presidente que trate outras classes de cidadãos, igualmente sofredores como os albinos, de forma igual. Os cidadãos com diabetes; cidadãos com deficiência; doentes renais crónicos e mutilados de guerra, por exemplo”

Depois, além de uma obscura motivação, questiona-se a razão de um órgão de comunicação social de um estado soberano, atacar um órgão de comunicação social de outro estado soberano.

Sobretudo, por ser claramente um exercício aberrante e, ademais, configurar um ataque à liberdade de imprensa alheia.

E nesse ponto, o novo paradigma mostra que não é senão uma figuração política, e que é destinado ao consumo meramente publicitário.

Portanto, não há sinceridade no enunciado de um (pretenso…) novo paradigma e muito menos uma verdadeira vontade política de a concretizar ou realizar, efectivamente.

Se não é assim, qual seria a razão da fúria posta no editorial por quem o concebeu e por quem o redigiu, admitindo a tese de que são pessoas diversas?

Uma delas, porventura, será possível deduzir tratar-se do fracasso do propagandeado “combate à corrupção”. A montanha pariu um rato, como se diz na gíria, e outro momento (dos vários…) momentos do novo paradigma verificados na semana passada foi a recepção no Palácio da Cidade Alta de uma delegação de pessoas portadoras de albinismo e uma mensagem do Presidente da República a um albino em particular.

Não escapou, certamente, à opinião pública nacional, esta mensagem discriminatória e tendencialmente partidarizada.

Uma mensagem (condenável num Presidente) que na tomada de posse proclamou-se “Presidente de todos angolanos.”

Agradeço a todos os que votaram na lista do MPLA, que tive a honra de encabeçar, a confiança renovada, mas, uma vez investido no meu cargo, serei o Presidente de todos os angolanos e irei trabalhar na melhoria das condições de vida e bem-estar de todo o nosso povo”.

Não podia ser de outra forma, por que ao jurar cumprir e fazer cumprir a Constituição, um Presidente tem a obrigação de conhecer os princípios da universalidade e igualdade ali consagrados.

Desse modo, é requerido ao Presidente que trate outras classes de cidadãos, igualmente sofredores como os albinos, de forma igual. Os cidadãos com diabetes; cidadãos com deficiência; doentes renais crónicos e mutilados de guerra, por exemplo.

Finalmente (ainda na semana passada…), a aberração da anulação de um acto administrativo; apenas 36 dias após nomear um vice-governador em Cabinda, exonerou-o. Isto é o novo paradigma.

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