O Presidente da República de Angola fala este sábado sobre o Estado da Nação. Cidadãos esperam que João Lourenço destaque temas como o emprego, habitação, educação e autarquias locais.
É um imperativo legal. A Constituição da República de Angola, no seu artigo 118, estabelece que o Presidente da República dirija ao país, na abertura do ano parlamentar, na Assembleia Nacional, uma mensagem sobre o Estado da Nação e as políticas preconizadas para a resolução dos principais assuntos, promoção do bem-estar dos angolanos e o desenvolvimento do país.
João Lourenço falará à Nação neste sábado (15.10), justamente no dia em que completa um mês desde que tomou posse para um segundo mandato, depois de vencer as eleições gerais de 24 de agosto com 51,17% de votos.
Promessas
No discurso de tomada de posse, a 15 de setembro, João Lourenço prometeu, entre outras coisas, uma governação inclusiva. Garantiu ainda que iria resolver os problemas sociais no país, criar empregos e habitação. Mas os cidadãos querem ouvir mais.
O estudante Buca Tanda espera que, este sábado, João Lourenço fale da polémica questão da despartidarização das instituições públicas e gostaria de saber a data da efetivação das autarquias locais.
“Eu acho que isso é um anseio de todos”, afirma Buca Tanda em declarações à DW África.
Outra das promessas de João Lourenço, durante a tomada de posse, foi a de prestar especial atenção ao fomento de boas práticas para promover o setor privado, aumentando a produção nacional e diversificando a economia.
“Do discurso à prática”
O empresário angolano Martins Savimbuando adverte, no entanto, que é preciso passar do discurso à prática. Espera, por isso, ouvir este sábado de João Lourenço ações concretas de apoio ao empreendedorismo.
“Estamos expectantes quanto ao discurso do Presidente. Espero que ele traga soluções que visem fomentar, cada vez mais, o setor empresarial. Soluções que façam com que a banca diminua as taxas de juros, quando cedem determinado crédito”, explicou.
No rol de promessas, durante a tomada de posse, João Lourenço comprometeu-se também a investir mais “no ser humano como principal agente de desenvolvimento”. Por exemplo, no que diz respeito à educação, cuidados de saúde, habitação condigna, acesso à água potável, energia elétrica e saneamento básico.
“Esperamos, desta vez, que tudo o que se projeta esteja de acordo com a nossa realidade”, comenta o professor e sindicalista Abel José. “Esperamos uma governação mais próxima, em que sejam levantados e diagnosticados os problemas reais, de forma a ter as soluções possíveis para as situações de determinas comunidades”, concluiu.