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Angola: Angolanos voltam aos protestos desta vez sem incidentes

Mais de duas centenas de ativistas manifestaram-se neste sábado, no Largo 1º de Maio, em Luanda, para exigir mais transparência e rigor no combate à corrupção.

Os manifestantes exigiram do Governo angolano, essencialmente, maior responsabilização dos gestores que enriquecem ilícitamente.

De acordo com Laura Macedo, co-organizadora da manifestação, pretendeu-se protyestar com a forma como está a ser conduzido o processo de repatriamento de capitais no país.

A ativista entende que o Estado “apenas está a recuperar o passivo das empresas arrestadas”, facto que “deve merecer outras abordagens”.

Durante o protesto, os participantes leram um manifesto, através do qual encorajaram o Executivo a criar as condições materiais para que os Tribunais de Relação comecem, de facto, a funcionar, reiterando a importância do reforço e da transparência no combate à corrupção.

Apelaram aos tribunais para a necessidade de cumprirem os prazos processuais legalmente estabelecidos e fazerem justiça em tempo útil.

Os manifestantes exigiram também a rápida institucionalização das autarquias em Angola, cujo pacote legislativo está a ser concluído pela Assembleia Nacional.

De acordo com Fernando Macedo, que fez a leitura do texto, as autarquias são um passo importante para o desenvolvimento do país.

Já o activista Ambrósio Domingos considerou necessário que se reforcem os investimentos no setor industrial, no sentido de proporcionar-se mais emprego para a juventude, bem como para reduzir o atual custo de vida.

Este foi o segundo protesto organizado pela sociedade civil no mês de Novembro, depois da marcha do dia 11.

Ao contrário da manifestação anterior, marcada pela morte de um cidadão e por acusações de excessos policiais, o protesto deste sábado decorreu sem qualquer incidente.

Para evitar novos confrontos, a Polícia reuniu com os organizadores da manifestação e apelou à passividade, obediência e ao cumprimento das normas constantes do Decreto Presidencial sobre a Situação de Calamidade Pública.

O protesto de hoje surgiu dois dias depois de o ministro do Interior, Eugénio Laborinho, ter apresentado desculpas públicas à sociedade por alguns excessos de agentes da corporação.

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