Taxistas em Luanda admitem paralisar os trabalhos em agosto ou setembro próximo para reivindicar a implementação da carteira profissional, “discussão que já dura há cinco anos”, admitindo que a última promessa das autoridades foi “eleitoralista”, foi hoje anunciado.
“Estamos a discutir sobre a carteira profissional e entendemos que caso não se efetive no oitavo ou nono mês do ano há probabilidade maior de uma paralisação, caso as autoridades não atendam as preocupações candentes dos taxistas, sobretudo a carteira profissional”, disse hoje à Lusa o presidente da ATA, Rafael Inácio.
Segundo o presidente da Associação dos Taxistas de Angola (ATA), a discussão sobre a carteira profissional da classe dura há cinco anos, no princípio de 2022, na sequência da última greve, as autoridades prometerem solucionar, mas até agora nada se alterou.
“Até agora nem água vai e nem água vem. Prometeram-nos que a carteira seria um facto, em 2022, e até agora nada e achamos nós que era uma promessa meramente eleitoralista e política, acima de tudo”, lamentou.
Rafael Inácio diz que a profissionalização da classe interessa todos os taxistas do país e a carteira deve garantir “maior personalidade, maior garantia, mais organização, maior mobilidade e inserção dos taxistas na segurança social”.
“Ou seja, a nossa maior luta neste momento é a profissionalização da atividade, daí que decidimos ressuscitar o assunto e continuar a solicitar a quem de direito para que a profissionalização seja um facto, sob pena de voltarmos a paralisar”, rematou.
A última greve dos taxistas em Luanda aconteceu há precisamente um ano, em 10 de janeiro de 2022, paralisação que criou enormes constrangimentos aos cidadãos a nível de várias localidades da capital angolana.
A paralisação dos taxistas em 2022 ficou ainda marcada, na sequência, por manifestações e atos que concorreram para vandalização de um comité do MPLA, partido no poder, e vandalização de um autocarro público, no Benfica.