A Associação Empresarial de Portugal (AEP) e 22 empresas portuguesas participam na Feira Internacional de Luanda, entre 18 e 22 deste mês, para “consolidar as presenças já estabelecidas e fortalecer as relações comerciais entre os dois países”.
De acordo com uma nota da AEP, a Feira Internacional de Luanda (Filda), que decorrerá na Zona Económica Especial, é o maior evento comercial de dimensão internacional realizado em Angola, e conta com a parceria da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e da Câmara de Comércio e Indústria de Portugal (CCIPA).
A nota destaca, citando o presidente do conselho de administração da AEP, Luís Ribeiro, que “embora o cenário económico em Angola tenha melhorado, na sequência do aumento do preço do ‘Brent’, do consumo interno, da diminuição das exportações chinesas e do crescimento animador, desde 2021, do PIB [Produto Interno Bruto], as empresas portuguesas continuam a identificar dificuldades”.
Segundo Luís Ribeiro, “os principais entraves apontados pelas empresas que integram as missões da AEP consistem na disponibilidade de divisas estrangeiras para a realização de pagamentos, na dificuldade de as empresas angolanas obterem seguros de crédito e nas quantidades, que por vezes não atingem um contentor e dificulta a viabilidade financeira da operação”.
“Apesar das dificuldades ainda sentidas, é notória uma maior aproximação das nossas empresas a Angola. Por exemplo, na AEP verificamos um aumento gradual do número de participantes na Filda: o ano passado foram 14 empresas e este ano são 22”, sublinhou Luís Ribeiro.
As 22 empresas portuguesas provenientes de Portugal para participação na Filda 2023 são dos setores da construção civil, comércio, indústria, agricultura, energia, entre outras.
Atualmente mais de 4.000 empresas portuguesas exportam para Angola e cerca de 1.200, de origem portuguesa ou capitais mistos, operam no mercado angolano, com destaque para o setor da construção.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que este ano o Produto Interno Bruto (PIB) cresça até 3,4%, impulsionado pela alta do preço do petróleo, o que deverá posicionar Angola como a terceira maior economia africana, salienta a AEP na sua nota.
Portugal continua a ser um importante parceiro económico de Angola, tendo as exportações e serviços das empresas portuguesas atingido mais de dois mil milhões de euros até finais de outubro de 2022, ultrapassando já os níveis de pré-pandemia.
“Em relação ao aprofundamento das relações socioeconómicas entre Portugal e Angola, a AEP tem tido um papel ativo. Desde 1990 que a AEP organiza em Angola ações de capacitação, formação e internacionalização, coordenando a participação nacional na Filda desde 2002, tendo já envolvido largas centenas de empresas portuguesas”, frisa o documento.