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Banco Económico (BE), ex-Banco Espírito Santo Angola (BESA), avança com “despedimentos colectivos” e encerramento de agências em Angola

O Banco Económico (BE), denominação atribuída à instituição que sucedeu o ex-Banco Espírito Santo Angola (BESA), que pertenceu a altos responsáveis do Governo do falecido Presidente José Eduardo dos Santos, anunciou “despedimentos colectivos” de trabalhadores e encerramento de várias agências no país, por força de Plano de Recapitalização e de Reestruturação determinado pelo Banco Nacional de Angola (BNA).

A medida surge depois que, na sequência do abandono dos anteriores accionistas, o BNA ter sugerido à instituição, em 2022, a elaboração de um Plano de Recapitalização e Reestruturação (PRR), situação que terá forçado o BE a “uma redução muito significativa dos custos para níveis mais sustentáveis”.

Num aviso a que FMFWorld.Org teve acesso, enviado na segunda-feira,6, aos trabalhadores abrangidos pela medida, o BE lembra que a implementação do PRR foi iniciada em 2022 e que já teve como principais consequências uma alteração “profunda” na estrutura accionista, com a saída de todos os anteriores accionistas e a entrada de novos, sendo este um grupo de clientes organizados num fundo de investimento que, com os seus depósitos, tiveram de realizar um “expressivo aumento de capital social”.

Informações disponíveis admitem que deverão ser encerradas 11 agências, colocando no desemprego centenas de funcionários.

O sindicalista Miguel Alberto alerta que o BE terá de negociar com os trabalhadores “a cessão do contrato por mútuo acordo que não prejudique nem o trabalhador nem o empregador”.

Ao anunciar a desmobilização de recursos humanos e materiais afectos a várias agências, a instituição sustenta que a decisão baseou-se na rentabilidade e desempenho comercial, nos custos de arrendamento e na proximidade de balções alternativos, “mas sempre com a ponderação do princípio do menor prejuízo para as pessoas”.

“Como é do seu conhecimento, há vários anos que este banco tem sofrido desafios a diversos níveis, sendo os mais significativos respeitantes à sua situação financeira. Estes desafios levaram o supervisor, o BNA, a determinar um Plano de Recapitalização e de Reestruturação com grande impacto ao nível da nossa organização”, refere o aviso enviado a cada um dos colaboradores afetados pela decisão.

De recordar que o ex-BESA era financiado pelo antigo Banco Espírito Santo (BES) português, cuja presidente era Ricardo Salgado, que esteve envolvido num escândalo de corrupção no qual o angolano Álvaro Sobrinho, líder executivo do BESA, entre 2010 e 2013, foi acusado de má gestão pelos accionistas do BES e peloo desvio de 6 mil milhões de euros para empresas por si controladas ou para os principais accionistas angolanos, os generais Leopoldino do Nascimento “Dino” e Hélder Vieira Dias “Kopelipa”.

No processo também foram acusados o ex-administrador do Banco Espírito Santo Angola (BESA) Hélder Bataglia, bem como o antigo presidente do BES Ricardo Salgado e os ex-administradores Amílcar Pires e Rui Silveira.

A instituição sustenta que a decisão baseou-se na rentabilidade e desempenho comercial, nos custos de arrendamento e na proximidade de balções alternativos.

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