O Gabinete de estudos económicos do Banco Fomento Angola (BFA) estima que Angola possa chegar ao final do ano com uma inflação abaixo de 15% e uma nova descida da taxa de juro de referência.
“A nossa expectativa é de que a taxa de inflação possa descer para níveis inferiores aos 15% até ao final do ano, pelo que é possível que observemos mais alguma flexibilização da política monetária, possivelmente na reunião de 25 de novembro, ou em janeiro de 2023”, escrevem os economistas do BFA.
O banco central de Angola decidiu na segunda-feira passada reduzir a taxa de juro de referência, de 20% para 19,5%, argumentando com o abrandamento da inflação e a valorização da moeda nacional, o kwanza.
“Considerando a consistência do abrandamento da evolução de preços na economia nacional, particularmente desde o início do ano em curso, como resultado do contínuo e rigoroso controlo da liquidez, da apreciação do kwanza em relação às principais moedas utilizadas nas transações com o exterior e do aumento da oferta de bens essenciais de amplo consumo, o Banco Nacional de Angola [BNA] entende estarem reunidas condições para a redução da taxa de juro diretora”, anunciou o regulador financeiro, no final da reunião do comité de política monetária.
Na reunião, os banqueiros decidiram “reduzir a Taxa Básica de Juro de 20% para 19,5%, reduzir a taxa de juro da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez de 23% para 21% e manter inalterada a taxa de Juro da Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez em 15%”.
Além do ambiente económico em Angola, a decisão também teve em conta “o contexto externo e riscos inerentes, dada a exposição da economia angolana ao setor petrolífero e ao peso dos bens alimentares importados no cabaz de oferta ao mercado interno”, lê-se ainda no comunicado divulgado na semana passada, que mantém a previsão de a inflação descer para um dígito a médio prazo.