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Bielorrússia: Opositora bielorrussa Maria Kolesnikova vence “prémio Havel” de Direitos Humanos

Maria Kolesnikova, a opositora bielorrussa venceu esta segunda-feira o prémio Václav Havel de Direitos Humanos no valor de 60.000 euros e um troféu com a assinatura do falecido ex-Presidente checo.

A opositora bielorrussa Maria Kolesnikova, que cumpre um ano de prisão, foi agraciada esta segunda-feira com o prémio Václav Havel de Direitos Humanos, da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (PACE).

Uma irmã de Kolesnikova, Tatsiana Khomich, recebeu o prémio – de 60.000 euros, bem como um troféu com a assinatura do falecido ex-Presidente checo que dá o seu nome e ainda um diploma – na abertura da sessão de outono da PACE em Estrasburgo.

Perante os parlamentares dos 47 Estados-membros da organização europeia, Khomich descreveu o prémio como “fantástico” e garantiu que a sua irmã “diria que é dedicado ao povo bielorrusso e aos presos políticos que lutam pela liberdade”.

Khomich elencou os nomes de alguns presos políticos bielorrussos, denunciou que “há milhares de pessoas na prisão” e, neste contexto, mostrou-se satisfeita com o facto de a irmã contar com o apoio da “comunidade internacional democrática”.

A irmã de Kolesnikova referiu-se ainda à situação dos prisioneiros bielorrussos, que disse estarem “em condições tremendas, com acusações fabricadas e injustas e sem condenação”, sublinhando que o seu número “continua a crescer”.

Khomich disse que o prémio “é um sinal claro para as autoridades bielorrussas de que o mundo não tolerará graves violações dos direitos humanos e que não aceita o que está a acontecer hoje na Bielorrússia”.

O presidente da PACE, o belga Rik Daems, afirmou que a vencedora do prémio “está muito próxima do espírito de Václav Havel”, acrescentando que o “seu crime é querer participar no futuro do seu país e enfrentar um regime que respondeu com brutalidade aos protestos pacíficos”.

A candidatura de Kolesnikova a este prémio derrotou outros dois candidatos da lista, a associação Repórteres Sem Fronteiras e o defensor dos direitos humanos do Burundi, Germain Rukuki.

O prémio, que vai na sua nona edição, visa distinguir ações excecionais da sociedade civil em defesa dos direitos humanos.

Criado em memória do ex-checoslovaco e posteriormente Presidente checo e símbolo da luta contra o totalitarismo, o prémio é decidido por um júri de seis especialistas internacionais nomeados pela PACE, a Biblioteca Václav Havel e a Fundação Carta 77.

Nas edições anteriores, foram premiados o opositor bielorrusso Ales Bialiatski, o Centro do Memorial pelos Direitos Humanos Chechenos, a ativista yazidi Nadia Murad, o juiz turco Murat Arslan, a ativista russa Ludmila Alexeeva e o saudita Loujain Alhathloul.

 

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