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Câmara de Comércio Angola-Brasil (CCAB) defende que o “Fundo Monetário Internacional (FMI)” devia voltar a Angola para ajudar nas reformas e controlar kwanza

O Presidente da Câmara de Comércio Angola-Brasil (CCAB) defendeu hoje o regresso do Fundo Monetário Internacional (FMI) a Angola para ajudar o país nas reformas económicas e controlar a desvalorização da moeda nacional, o kwanza.

“Eu não diria uma intervenção, mas uma atuação conjunta com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para que sejam feitas reformas”, defendeu Raimundo Lima em entrevista à Lusa, na véspera da chegada do Presidente do Brasil, Lula da Silva, para uma visita de dois dias a Angola.

“É preciso uma urgente revisão do plano de estabilização do país, que começou a ser feita e já está a dar alguns resultados, mas talvez a presença do Fundo Monetário Internacional (FMI) possa dar mais credibilidade à economia angolana para que os fatores que levaram à desvalorização do kwanza sejam contornáveis”, acrescentou o empresário na entrevista à Lusa, na qual apontou a desvalorização do kwanza como um grande problema para os cidadãos e para os empresários.

“A depreciação do kwanza não afeta apenas o segmento dos investidores em Angola, a população toda está a sofrer, principalmente a de mais baixo rendimento, que tem menos capacidade para se defender economicamente”, disse Raimundo Lima, lembrando que Angola “está a passar por uma desvalorização recorde, com o kwanza a cair 40% de maio a junho, para um valor inesperado, e causa uma inflação cada vez maior”.

A economia angolana “é praticamente baseada no petróleo, e quando o petróleo muda de patamar, o país acaba por ter menos divisas, mas neste caso não foi só o petróleo que baixou, a produção também caiu, o que leva a menos exportações e menos entrada de moeda estrangeira, e daí haver menos divisas”, explicou o empresário.

Esta situação, continuou, originou “uma desvalorização da moeda nacional, com impactos muito grandes, porque os produtos estrangeiros tornam-se mais caros e há uma desarrumação da economia, já que a cesta básica, composta de produtos como o frango, arroz, massa e óleo, é muito comprada no estrangeiro e é preciso produzir mais internamente e ter preços mais controlados”.

Na entrevista à Lusa, Raimundo Lima considerou ainda que “a desvalorização do kwanza pode afetar os investidores em questões como o retorno do investimento, a inflação, os riscos cambiais, e isso prejudica a atração de novos investimentos”.

O Presidente do Brasil visita Angola no final desta semana acompanhado por seis ministros e 170 empresários, uma das maiores comitivas de sempre, anunciou o embaixador brasileiro em Luanda, considerando que tal reflete “carinho e segurança” nas relações bilaterais.

De acordo com o diplomata Rafael Vidal, o Fórum Económico que decorre na sexta-feira, no âmbito da visita oficial de Luiz Inácio Lula da Silva a Angola, vai contar com a presença de 500 empresários, dos quais 170 provenientes do Brasil.

Esta é a maior presença de empresários brasileiros nas visitas de Lula da Silva ao exterior, “o que também é reflexo não só do carinho que o Brasil tem por Angola, mas também da segurança que o Brasil tem na relação com Angola nos diferentes domínios”, disse o diplomata.

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