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Câmara de Energia Africana (CEA): Angola pode produzir 1,4 milhões de barris de petróleo diário

O Presidente da Câmara de Energia Africana (CEA) em Angola disse hoje que a produção de petróleo em Angola pode chegar à 1,4 milhões de barris diários, nas vésperas de assumir a presidência da OPEP. 

“Angola deverá manter a sua produção estável de acordo com o que foi estipulado no acordo com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que tem tido o cuidado de analisar para além do quadro na área petrolífera, questões económicas e socioeconómicas dos países membros”, disse Sérgio Pugliese em entrevista à Lusa.

Para o presidente da CEA em Angola, a OPEP e os países aliados têm “ajudado os países membros cujas economias estão mais pressionadas pela redução dos preços, o que foi visível em 2019 quando vários países tiveram uma moratória e não lhes foi exigida uma redução na produção”, que, no caso de Angola, deverá ficar abaixo dos 1,5 milhões de barris diários nos próximos anos.

“A produção de Angola nos próximos dois a três anos vai estar acima dos 1,2 milhões de barris diários, podendo chegar a 1,4 milhões com a entrada de projetos que causaram um incremento que deve sustentar o nível de produção acima dos 1,2 ou 1,3 milhões de barris”, disse o responsável, acrescentando que nos próximos anos o valor pode até subir.

“Depois de 2022, a perspetiva de evolução da produção de petróleo em Angola está dependente da capacidade do país atrair investimento de exploração, já que as reformas regulamentares desde 2017 tornaram as águas de Angola extremamente competitivas para os investidores, a que se junta a estratégia de licitação entre 2019 e 2025, que é muito ambiciosa”, apontou Sérgio Pugliese, destacando que “as petrolíferas mostram grande interesse”.

A partir de janeiro, Angola assume a presidência rotativa da OPEP, enfrentando uma divisão no seio do cartel produtor de petróleo, que já representa menos de 50% da produção mundial, mas que mantém uma influência significativa na definição dos preços.

Questionado sobre a importância de assumir esta posição num contexto de recuperação pós-pandemia de covid-19 e tendo em conta a pequena dimensão de Angola em comparação com os grandes produtores, Pugliese manifestou-se otimista com a prestação do ministro angolano do setor.

“As decisões na OPEP devem ser sempre unânimes, não importando o peso que cada país tem em termos de produção ou reservas petrolíferas”, afirmou o líder da CEA em Angola, acrescentando que o ministro Diamantino Azevedo, que “conduziu a reforma petrolífera em Angola de forma pragmática e eficiente, deverá agora imprimir esta mesma dinâmica durante a Presidência de Angola na OPEP”.

O valor do petróleo nos 50 dólares, como está atualmente, é uma boa notícia para Angola, já que o valor a partir do qual a produção é rentável está entre os 35 e os 40 dólares, tendo o Governo inscrito no Orçamento para 2021 o valor de referência de 39 dólares, o que deverá dar uma margem confortável de flutuação dos preços.

“Acima dos 35 a 40 dólares por barril começa a ser território confortável para Angola”, respondeu o responsável quando questionado sobre o valor a partir do qual é rentável a produção angolana.

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