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CAN 2022: O regresso da calculadora

Com hipóteses quase nulas, Angola  volta a fazer contas para garantir um apuramento.

Após conseguir o apuramento para o “Africano” do Egipto em 2019, eis que a Selecção Nacional de Honras parece voltar aos tempos em que era preciso agarrar a calculadora e fazer contas de forma a conseguir a dita passagem para as fases seguintes .

O desaire diante da congênere da República Democrática do Congo( RDC), por 0-1, na última quinta-feira,  no estádio 11 de Novembro, deita, praticamente, por terra o sonho do combinado angolano alcançar a nona presença na Taça Africana das Nações, sedeado nos Camarões 2022, depois de participações em 1996, 1998, 2006, 2008, 2010, 2012, 2013 e 2019.

Embora matemáticamente seja ainda possível, dependendo de uma combinação de resultados, a verdade é que as partidas até agora disputadas auguram um caminho tortuoso para se alcançarem os objectivos pretendidos.

O saldo actual é de quatro jogos, três derrotas e um empate. Dois golos marcados, seis sofridos e apenas um ponto. Números que colocam em causa muitas coisas, principalmente com exibições pouco conseguidas dentro de portas.

Pode-se dizer que o “onze” angolano colocou a fasquia elevada com empate nulo, em Kinshasa, com os “Leopardos”, designação oficial do combinado congolês, resultado, à partida, que abria boa expectativa para o confronto de Luanda.

Obrigada a vencer todos jogos, não importando que era o adversário, nem tão pouco as condicionantes de que a equipa tem padecido, Angola voltou claudicar em pleno estádio 11 de Novembro, ante um opositor que estava ao seu alcance, independentemente do histórico entre angolanos e congoleses, ser favoravelmente aos vizinhos do norte.

A vitória era único resultado possível para não complicar mais as contas, após os triunfos do Gabão e Gâmbia, no duplo confronto entre ambas. Aliás, as duas selecções lideram o grupo B, com sete pontos, seguidos da RDC, com seis, enquanto os “ Palancas Negras” carregam a “lanterna vermelha” com míseros um ponto.

Apesar de ambições comedidas, sobretudo de apoiantes angolanos, os pupilos de Pedro Gonçalves tinham obrigação de  fazer mais e melhor, não obstante as ausências de alguns  atletas do ‘núcleo duro’ como foram os casos de Bastos Quissanga, Núrio Fortuna, Jonas Ramalho e Zito Luvumbo, o que implicou, logicamente, alterações na defesa e no ataque.

O sistema táctico adoptado  pelo seleccionador nacional, em que salta à vista três centrais, desta vez, não resultou, ficando quase sempre a mercê do ataque contrário . Em termos de individualidades, os “Palancas Negras” estiveram aquém do confronto de sábado, salvo rara  excepções, como Gelson Dala, o inconformado, Gaspar, a agradável surpresa, e Vá, o destemido.

Já Fábio Abreu foi um exemplo de um jogador que passou ao lado da partida, enquanto  Ary Papel, que substituiu Geraldo, na segunda parte, que parecia alternativa válida, acabou sendo uma nulidade.

Sobre o futuro, o panorama é de um céu nublado, até porque Angola é a última classificada e passam apenas os dois primeiros do grupo do B. Ainda assim, não convém facilitar, por isso o próximo jogo, será como sempre, o mais importante. Os “Palancas Negras”  vão defrontar  a Gâmbia fora e a vitória é único resultado possível, embora não dependa de si. A tarefa não se adivinha p fácil, até porque os gambianos estão completamente galvanizados em razão da liderança. Nunca participou em nenhuma fase final do “ Africano” e tem assim uma soberana oportunidade para concretizar a inédita proeza.

Provavelmente o adversário não ideal para que a Selecção Nacional se consiga reencontrar com os bons resultados e com as boas exibições.

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