A Consultora Fitch Solutions considerou hoje que a capacidade de refinação de petróleo em Angola vai mais que duplicar, passando dos atuais 100 mil barris de petróleo por dia, para quase 250 mil em 2025.
“O segmento de refinação de petróleo em Angola vai ter uma expansão rápida até meados desta década, alimentado pela refinaria de Cabinda e pelo projeto do Soyo”, escreve a Fitch Solutions, apontando que este crescimento da capacidade de refinação “resulta da estratégia multianual do governo que tem como objetivo reduzir a dependência das importações e estabelecer um setor integrado, que vai da exploração à produção e refinação”.
Num comentário ao setor petrolífero em Angola, os analistas desta consultora detida pelos mesmos donos da agência de notação financeira Fitch Ratings lembram que “em 2021, Angola tinha apenas uma refinaria ativa [em Luanda], o que acontecia desde 1955”, com uma capacidade de refinação de cerca de 60 mil barris por dia.
No ano passado, acrescentam, a refinaria de Cabinda entrou em funcionamento, acrescentando 30 mil barris por dia; com a Fase II em implementação, em 2024 a refinaria deverá conseguir processar mais 30 mil barris diários.
A refinaria de Soyo, por seu lado, deverá começar a operar em 2025 e vai acrescentar 100 mil barris à capacidade de refinação angolana, o que faria o total subir para 233 mil barris de petróleo, ou seja, quase 25% da produção atual do país, um pouco acima de 1 milhão de barris por dia.
“Estamos cautelosamente otimistas relativamente aos prazos de conclusão da refinaria do Soyo; apesar do ambicioso início e dos atrasos que o projeto enfrentou no passado, o consórcio liderado pelos Estados Unidos, responsável pela construção da refinaria, confirmou que o projeto está no rumo certo”, acrescentam os analistas.
Angola produz mais de 1 milhão de barris de petróleo por dia, mas tem uma limitada capacidade de refinação, o que significa que exporta crude para depois importar combustível.