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Caso Lussaty: Escândalo de “desvio de milhões” na Presidência angolana vai a tribunal

Um dos maiores escândalos financeiros a abalar o Governo angolano poderá em breve ter o seu desfecho em tribunal com possíveis revelações sobre como um major da Casa de Segurança do Presidente tinha em seu poder dezenas de milhões de dólares quando foi preso no aeroporto de Luanda em Maio deste ano. Julgamento de oficiais da Casa de Segurança poderá revelar detalhes sobre como os acusados tiveram acesso a dezenas milhões de dólares encontrados em malas.

O porta-voz da Procuradoria-Geral da República, Álvaro João, confirmou na manhã desta terça-feira, 16, à VOA a formalização da acusação do “Caso Lussaty”, cujo processo será agora remetido ao tribunal para julgamento.

O major Pedro Lussaty foi preso no aeroporto com malas com 10 milhões de dólares e quantro milhões de Euros.

Em consequência, o Presidente da República substituiu seis oficiais generais na Casa de Segurança da Presidência da República, e a Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou ter aberto um processo-crime contra oficiais das Forças Armadas Angolanas (FAA) afectos à Casa de Segurança.

Uma semana depois, João Lourenço afastou também o ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, Pedro Sebastião.

O porta-voz da PGR disse que o processo já foi formalmente terminado e “todos os acusados e seus advogados foram informados da acusação e posteriormente após algum formalismo legal o processo será submetido ao juízo para efeito de julgamento”.

Álvaro João sublinhou que até a PGR remeter o processo ao tribunal serão necessários 10 dias.

No total são 24 implicados.

Pesam sobre os acusados, na sua maioria oficiais superiores, oficiais generais e civis, acusações de crimes de peculato, recebimento indevido de capitais, associação criminosa e branqueamento de capitais e podem ser condenados a penas de até 20 anos de prisão

O major Pedro Lussaty, principal figura deste processo foi detido no âmbito da “Operação Caranguejo”, levado a cabo pelo Serviço de Inteligência e Segurança do Estado (SINSE) dirigido pelo general Fernando Garcia Miala e no momento da operação foram apreendidos milhões de dólares, euros, kwanzas, carros de luxos e outros bens.

Lussaty poderá servir de bode expiatório

O jornalista Ilídio Manuel considera que a ser levado à justiça Pedro Lussaty poderá ser o único a pagar pelos crimes dos verdadeiros implicados no roubo do dinheiro público por ser “o elo mais fraco na cadeia”.

Aquele analista político também admite que, mesmo que venham a ser condenadas altas figuras das Forças Armadas e dos serviços de Inteligência Militar, estas poderão aguardar pelo recurso em segunda instância por “tempo indeterminado”.

“O recurso das sentenças tem sido uma das formas de se fazer com que se evitemdeterminadas punições”, afirmou.

Pedro Lussaty ,de 43 anos, na altura da detenção, estava ligado à área das Finanças da Banda Musical da Presidência da República.

 

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