Pelo menos 308 pessoas morreram em Angola em consequências das chuvas, que se iniciaram em agosto passado e que caem nos últimos dias com intensidade, tendo causado também 184 feridos e afetado 13 mil famílias, foi hoje anunciado.
Os números das consequências das chuvas em Angola foram avançados hoje pelo ministro do Interior angolano, Eugénio Laborinho, em conferência de imprensa, em Luanda, que avaliou os dados causados pelas chuvas e as medidas para acudir os afetados.
Segundo Eugénio Laborinho, grande parte das províncias angolanas registam chuvas, mas a província do Huambo foi a que registou o maior número de vítimas mortais, 54 no total, desde o início da época chuvosa em agosto de 2022 até abril de 2023.
Em relação à Luanda, que desde a última semana regista chuva intensa acompanhada de ventos forte e relâmpagos, as autoridades continuam a fazer o levantamento dos danos, sendo que dados preliminares apontam para cerca de 10 mortos.
Luanda, capital angolana com perto de 10 milhões de habitantes, espalhados em nove municípios, regista nas últimas 72 horas chuvas intensas, com casas inundadas, ruas intransitáveis, queda de árvores e instituições públicas e privadas submersas entre as consequências.
O ministro de Estado e Chefe da Casa Militar do Presidente da República de Angola, Francisco Pereira Furtado, que presidiu a conferência de imprensa, lamenta a morte prematura de cidadãos em consequência das chuvas, dando conta que já foi elaborado um plano de emergência para acudir os sinistrados.
O plano de emergência começará a ser implementado já a partir da próxima semana, assegurou.
Para Francisco Pereira Furtado, a vulnerabilidade económica e social das populações, o grau de exposição ao risco que se apresentam as habitações, ocupação desordenada dos solos e as múltiplas deficiências das infraestruturas urbanas estão entre os principais fatores das inundações de ruas e residências.
Apontou também o fraco nível de organização comunitário, a não observância dos códigos de construção de habitações, sobretudo em Luanda, também propiciam o cenário que se regista após as chuvas.
“Para além das medidas para mitigar a situação, não deixaremos de tomar medidas para responsabilizar todos aqueles que por desobediência administrativa continuam a colocar em risco as suas vidas”, garantiu Francisco Pereira Furtado.
De acordo com Eugénio Laborinho, também coordenador da Comissão Nacional de Proteção Civil, o quadro de inundações de residências, ruas, infraestruturas públicas e privadas, que se regista, sobretudo em Luanda, é fruto da “indisciplina nas construções de casas”.
“São construções que ocupam as linhas de água, ou seja, há mesmo anarquia nas construções, daí que haverá trabalhos com os administradores municipais para se travar essas situações”, atirou.
Sem avançar números, Laborinho disse ainda que as últimas 72 horas de chuvas em Luanda os prejuízos “são enormes e incalculáveis”.